Taxa de transmissão sobe para 1,14 no Brasil, aponta Imperial College
Dados são do Imperial College de Londres. No ritmo atual, em tese, cada cem pessoas infectadas no país contaminam outras 114. Aglomeração em shopping center na região do Brás, em SP, no dia 5 de dezembro
Robson Cerantula/TV Globo
A taxa de transmissão (Rt) do novo coronavírus voltou a subir no Brasil e, agora, é de 1,14, aponta monitoramento do Imperial College de Londres, no Reino Unido. Isso significa que cada 100 pessoas infectadas no país transmitem o vírus para outras 114. A atualização da estimativa foi divulgada nesta terça-feira (8) e considera dados coletados até a segunda-feira (7).
Pela margem de erro das estatísticas, essa taxa pode ser maior (Rt de até 1,24) ou menor (Rt de 1,09). Nesses cenários, cada 100 pessoas com o vírus infectariam outras 124 ou 109, respectivamente.
Mundo passa de 1,5 milhão de mortes por coronavírus
Na semana passada, a taxa era de 1,02. Em novembro, a taxa de transmissão chegou a 1,30, a maior desde o fim de maio.
Os cientistas apontam que “a notificação de mortes e casos no Brasil está mudando; os resultados devem ser interpretados com cautela”.
Simbolizado por Rt, o “ritmo de contágio” é um número que traduz o potencial de propagação de um vírus: quando ele é superior a 1, cada infectado transmite a doença para mais de uma pessoa e a doença avança.
Média móvel de mortes mais alta
A média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 603, a mais alta registrada desde 10 de outubro — nesse dia, a média foi de 604. A variação foi de +23% em comparação à média de 14 dias atrás, indicando tendência de alta nos óbitos pela doença.
O Brasil tem mais de 177 mil mortes por coronavírus e 6,6 milhões de casos confirmados, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde.
A média móvel de casos confirmados nos últimos 7 dias foi de 41.684. Isso representa uma variação de +37% em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica tendência de alta também nos diagnósticos.
Brasil precisa levar a sério o aumento de casos e mortes pela Covid-19, diz OMS
‘Brasil precisa levar muito, muito a sério esses números’
Em novembro, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que o Brasil precisa levar o aumento no número de casos de Covid-19 a sério.
“O Brasil teve seu ápice em julho. O número de casos estava diminuindo, mas em novembro os números voltaram a subir. O Brasil precisa levar muito, muito a sério esses números. É muito, muito preocupante”, disse Tedros.
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