3 acontecimentos que marcaram a gestão de Pazuello na Saúde
O general da ativa Eduardo Pazuello, ministro da saúde do governo Bolsonaro, pediu demissão alegando problemas de saúde. Pazuello assumiu o ministério durante a maior pandemia de que se tem notícia no mundo, a da covid-19, e permaneceu no cargo de setembro de 2020 a março de 2021, após trocas na cadeira em meio à gestão na crise de saúde pública global. A saída do ministro se dá na pior fase da pandemia no Brasil, na semana com recordes seguidos de mortes diárias.
Crise do oxigênio
Durante a gestão de Pazuello, o estado do Amazonas enfrentou a pior fase da pandemia de covid-19, passando por problemas com lotação de UTIs e falta de oxigênio. Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, confirmada pelo G1, a empresa White Martins, que fornece o oxigênio para hospitais, enviou, três dias antes do colapso, um e-mail solicitando aponto logístico ao Ministério da Saúde para enviar o insumo para Manaus. A falta de oxigênio causou a morte de pacientes em Manaus. Pazuello alegou que o problema com o oxigênio em Manaus se deu devido a um problema na rede de gás da região. Para resolver o problema, o Ministério da Saúde enviou um carregamento com 80 cilindros de oxigênio para a cidade.
Compra de vacinas
Atrasada em relação a outros países afetados pela pandemia, como EUA e Canadá, a compra de vacinas contra a covid-19 pelo governo começou durante a gestão de Pazuello. Hoje, há um acordo entre o ministério e o Instituto Butantan, que tem compromisso de entregar 54 milhões de doses ao governo federal até agosto deste ano. Pazuello alega que tudo que foi comprado antes pelo Butantan foi com recursos do SUS, do governo federal. O governador João Doria nega e alega que as vacinas foram compradas com dinheiro do governo do estado.
Agora, o governo federal negocia 168 milhões de doses de vacinas da Pfizer, da Janssen e da Moderna. Ontem, o Ministério da Saúde anunciou a compra de 10 milhões de doses da vacina russa Sputnik-V.
Distribuição de cloroquina
A distribuição da cloroquina e da hidroxicloroquina para pacientes com covid-19 é investigada pelo Tribunal de Contas da União, que apontou ilegalidade no uso de recursos do SUS.
Os medicamentos não têm comprovação clínica de eficácia contra a covid-19.
O substituto de Pazuello no ministério deve ser anunciado nos próximos dias pela presidente da República. Um dos nomes apontados é o da cardiologista Ludhmila Hajjar.
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