Ibovespa futuro abre em queda seguindo exterior; avanço da pandemia preocupa
Quadro geral do dia às 9h10
- Ibovespa futuro abre em queda de 1,56%, aos 113.672 pontos
- Dólar tem em valorização de 1,03% e é negociado a 5,74 reais
O Ibovespa futuro abre em queda nesta segunda-feira, 8, repercutindo as preocupações com inflação nos Estados Unidos e o avanço da pandemia no Brasil. No domingo, o País registrou o nono dia seguido de altas na média móvel de mortes.
No exterior, investidores repercutem a aprovação do pacote fiscal de 1,9 trilhão de dólares do presidente Joe Biden contra a Covid-19 no Senado dos Estados Unidos. Por lá, a preocupação é que os estímulos causem inflação, obrigando o Federal Reserve (Fed, banco central americano) a reduzir — ou até mesmo interromper — suas políticas expansionistas, que incluem recompra de títulos e juros próximos de zero.
Os temores são observados principalmente na alta dos juros dos títulos do Tesouro americano com vencimento em dez anos, que voltam a subir nesta segunda-feira. Como consequência, os investidores se voltam para a renda fixa e os principais índices futuros americanos operam em queda.
Ainda assim, o pacote vai na direção de uma recuperação mais rápida para a economia americana, se somando aos bons dados do payroll divulgados na última sexta-feira. O payroll registrou criação de 379.000 empregos em fevereiro, mais que o dobro das 182.000 novas vagas projetadas pelo mercado.
O saldo é positivo para o dólar. “A moeda americana se fortalece à medida que a economia dos EUA avança, então o dólar acaba ganhando força contra os pares, principalmente emergentes” disse Luis Mollo, analista da EXAME Invest Pro, na live diária Abertura de Mercado da sexta, 5.
Às 9h10, o dólar opera em alta de 1,03% contra o real e é negociado a 5,74 reais.
No cenário doméstico, investidores ficam na expectativa de aprovação da PEC Emergencial na Câmara, com previsão inicial de votação na quarta-feira. Na última semana, a proposta de emenda à Constituição foi aprovada pelo Senado permitindo um gasto de até 44 bilhões de reais com o auxílio emergencial sem que isso ultrapasse o volume de despesas do Teto dos Gastos.
A aprovação foi bem recebida pelo mercado porque define um limite para as despesas com o programa e cria os gatilhos para evitar um descontrole das despesas. A recepção foi tão otimista que o Ibovespa fechou o último pregão aos 115.202,23 pontos, com uma forte valorização de 4,7% na semana.
No entanto, o mecanismo que segura os gastos do governo ainda pode enfrentar resistência na Câmara devido à nova explosão de Covid-19 no Brasil, que passou pela semana mais letal desde o início da pandemia ao longo dos últimos dias. Foram 10 mil vidas perdidas apenas na última semana.