No radar: cautela nos EUA, oferta da Vale, IPOs e o que move os mercados
Quadro geral do dia às 7h05:
- EUA: Dow Jones futuro recua 0,23%, S&P 500 futuro tem queda de 0,15% e Nasdaq futuro registra variação negativa de 0,09%
- Índice pan-europeu STOXX600 tem queda de 0,24%
- Rendimento dos títulos de 10 anos do Tesouro americano recua a 1,652%
As bolsas internacionais abrem a semana no negativo, com os índices futuros americanos e os mercados europeus operando em queda nesta segunda-feira, 12. A correção é impulsionada pelos recordes de altas da última semana impulsionados pela expectativa de recuperação econômica. Agora, os investidores voltam a avaliar o risco de inflação nos Estados Unidos.
A alta da inflação é um movimento natural que acompanha o ritmo de vacinação acelerado e a enxurrada de estímulos. Existe a preocupação, no entanto, de que a elevação súbita nos preços pressione o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) a subir a taxa de juros antes do programado.
Neste domingo, o presidente do Fed Jerome Powell reiterou, em entrevista à CBS, que a inflação deve subir acima de 2% por um período prolongado antes que as autoridades aumentem a taxa de juros.
O mercado também observa as discussões sobre o pacote de infraestrutura de 2 trilhões de dólares apresentado pelo presidente Joe Biden. Nesta segunda-feira, Biden se reúne com um grupo bipartidário de congressistas para tentar convencê-los a apoiar o plano.
Na Europa, o índice pan-europeu STOXX600 recua, assim como a maioria das bolsas do bloco, seguindo a influência negativa dos EUA.
O dia foi também de perdas para a Ásia, com os mercados da região encerrando o dia em baixa. O destaque ficou com a Índia, que registrou quedas superiores a 3% após o aumento do número de casos de Covid-19 na região.
Por aqui, o Ibovespa encerrou o último pregão em queda de 0,54%, aos 117.669 pontos, em meio a preocupações com o cenário interno em três frentes: instauração da CPI da Covid-19, impasse sobre o Orçamento para 2021, e dados demonstrando o avanço da inflação. O índice, contudo, fechou a última semana com valorização de 2,1% graças ao impulso do mercado americano.
Para esta semana, a expectativa é de que Orçamento e CPI continuem no radar, assim como o avanço da pandemia. No pior domingo desde o início da crise, o Brasil registrou ontem 1.824 mortes por Covid-19 em 24h.
Abaixo, os principais destaques desta segunda-feira:
Vale precifica debêntures
A oferta secundária de debêntures participativas da Vale — que serão vendidas pelo BNDES e pela União — será precificada hoje, após o roadshow com investidores. Segundo o Broadcast, a demanda pelos papéis já chega a 12 bilhões de reais, mais do que os 8,5 bilhões que o BNDES tem a oferecer. A operação pode contar com uma oferta adicional de 4,3 bilhões de reais em debêntures.
IPOs
Seguindo o calendário de ofertas públicas iniciais de ações (IPOs), a Viveo (CM Hospitalar) define nesta segunda-feira o preço por ação de sua oferta. Já a Allied (ALLD3) estreia hoje na B3 após precificar sua oferta em 18 reais na última semana, abaixo da faixa indicativa de preço que ia de 20 a 25 reais.
Segundo informações da Bloomberg, a Blau Farmacêutica também deve precificar sua oferta abaixo da faixa indicativa — a definição será na quinta-feira, 15. A semana também conta com a definição de preço da rede hospitalar Mater Dei na quarta-feira, 14.
Alibaba dispara
As ações da gigante Alibaba em Hong Kong subiram 6,51% nesta segunda-feira após a empresa acatar a decisão dos reguladores chineses. As autoridades cobraram uma multa de 2,8 bilhões de dólares da companhia por práticas de monopólio.
Segundo analistas da Exame Invest Pro, a notícia pode ser interpretada como positiva. A multa anunciada pelo governo chinês, além de pequena em relação ao valor de mercado da companhia (menos de 0,5%), pode significar o fim de meses de tensão e expectativas”, avaliam em nota.
Focus
O Banco Central divulga, às 8h25, o relatório Focus com as expectativas do mercado financeiro para indicadores como PIB, câmbio, inflação e juros. Na pesquisa da semana passada, economistas mantiveram as estimativas para o IPCA em 2021 de 4,81%.
Balanços nos EUA
A temporada de balanços do primeiro trimestre de 2021 começa esta semana nos Estados Unidos. Alguns dos maiores bancos do país, incluindo Goldman Sachs e JPMorgan Chase, irão apresentar os resultados desta semana para os três meses encerrados em 31 de março.