É bom começar a pensar na menopausa como um movimento
Entre os 40 e 50 anos, as mulheres alcançam posições de liderança nas empresas, essa fase não pode ser vista como uma curva descendente Encerro a série de colunas sobre o seminário on-line Healthspan Show com a proposta de um dos últimos painéis do evento: criar uma nova narrativa sobre a menopausa. Eu iria além – a menopausa pode e deveria ser um movimento. “Muitas mulheres acham que se trata de um fim: da beleza, do poder de sedução, da vida feminina. No entanto, é quando chegamos a um estágio de maior independência, de mais confiança em nós mesmas. A menopausa não pode ser vista como uma curva descendente”, afirmou a assertiva Rochelle Weitzner, fundadora e CEO da Pause Well-Aging, empresa de produtos voltados para esse público.
Usa sua própria trajetória como exemplo e diz que, egressa da indústria da beleza, “sabia com que mulheres este segmento falava mas, principalmente, sabia com quem não falávamos. E eu já estava sofrendo com minhas primeiras ondas de calor, sintoma que pode se transformar em algo extremamente embaraçoso. Basta imaginar o que é ficar encharcada de suor no meio de uma reunião!”, enfatizou ao citar o spray da sua marca que, borrifado na nuca e nos pulsos, cria uma sensação de refrescamento por cerca de uma hora, reduzindo a vermelhidão da pele e acelerando a evaporação do suor.
Rochelle Weitzner, fundadora e CEO da Pause Well-Aging: “a menopausa não pode ser vista como uma curva descendente”
Divulgação
Jill Angelo é fundadora e CEO da Gennev, companhia que se propõe a ser um suporte para o público feminino desde o ingresso na perimenopausa, o que inclui consultas com médicos, nutricionistas e especialistas em sono, além de produtos que vão de suplementos a lubrificantes. Chama a atenção para um aspecto sombrio da situação: “um número expressivo de mulheres deixa a força de trabalho quando ainda está no auge. São profissionais que teriam muito o que contribuir, mas uma combinação de fatores conspira contra elas, sendo que os sintomas da menopausa desempenham um papel relevante. O sono de má qualidade, por exemplo, faz com que a mulher se sinta mal durante o dia, já as ondas de calor podem arruinar uma apresentação no escritório. Some isso ao preconceito contra a idade, que continua presente no ambiente corporativo, e temos um quadro preocupante. Na faixa entre 40 e 50 anos, é quando elas alcançam posições de liderança nas empresas, deveria ser do interesse das organizações reter essa mão-de-obra qualificada. Menopausa é um estágio da vida, e não uma condição médica”.
Jill Angelo é fundadora e CEO da Gennev: “um número expressivo de mulheres deixa a força de trabalho quando ainda está no auge”
Divulgação
Kate Bache, CEO da Health & Her, companhia nos moldes da Gennev que disponibiliza um aplicativo para as consumidoras monitorarem seus sintomas, avalia esta é uma espécie de última fronteira a ser desbravada no mercado feminino: “a menopausa ocorre na meia-idade, não é um fenômeno da velhice. O estigma persiste pela falta de transparência, de uma discussão aberta sobre o assunto, mas as mulheres não têm que sofrer em silêncio. Estamos diante de um cenário novo e desafiador, com espaço para as boas ideias”.