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Candidata a vacina contra o HIV desenvolvida pela Johnson & Johnson gera proteção insuficiente de 25%

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Candidata a vacina contra o HIV desenvolvida pela Johnson & Johnson gera proteção insuficiente de 25%


Empresa e autoridades de saúde dos Estados Unidos anunciaram resultado da fase de testes clínicos nesta terça-feira (31). Testes foram realizados em mulheres jovens em cinco países da África Subsaariana. Células do vírus HIV (viriões), em imagem microscópica produzida em 2011
Maureen Metcalfe, Tom Hodge/CDC/AP
A vacina contra o HIV desenvolvida pelo laboratório Johnson & Johnson não forneceu a proteção adequada contra a doença, anunciaram a empresa e as autoridades de saúde dos Estados Unidos nesta terça-feira (31). Embora a vacina não tenha provocado efeitos colaterais graves, sua eficácia na prevenção da infecção pelo HIV foi de pouco mais de 25%.
A baixa eficácia da vacina foi evidenciado após o ensaio clínico Imbokodo, realizado em mulheres jovens de cinco países da África Subsaariana.
“Apesar da nossa decepção que a vacina candidata não forneceu um nível suficiente de proteção contra a infecção pelo HIV no ensaio Imbokodo, o estudo fornecerá descobertas científicas importantes na busca contínua por uma vacina para prevenir o HIV”, disse Paul Stoffels, diretor científico da Johnson & Johnson.
Apesar do resultado insatisfatório, o laboratório está liderando outro ensaio paralelo para uma vacina contra o HIV, dessa vez com foco em homens que fazem sexo com homens e indivíduos transexuais (pessoas que se identificam com um gênero diferente do seu sexo biológico).
Com previsão de conclusão em março de 2024, esse estudo está sendo realizado nas Américas e na Europa, onde a cepa do vírus difere da prevalente na África.
Entenda como funciona a pesquisa da vacina contra o HIV
Metodologia
Para chegar a essa conclusão, o laboratório realizou testes de ensaio clínico com cerca de 2.600 mulheres entre 18 e 35 anos de cinco países da África Subsaariana (Malauí, Moçambique, África do Sul, Zâmbia e Zimbábue).
Os pesquisadores resolveram avaliar a resposta imune gerada pela vacina contra a infecção por HVI em países da África Subsaariana porque, na região, mulheres e meninas representaram o maior percentual de novos casos. Em 2020, elas corresponderam 63% das novas infecções por HIV.
Para avaliar a eficácia da vacina as mulheres foram dividas em dois grupos: um que receberia quatro injeções da vacina ao longo de um ano e outro, placebo.
Dois anos após a primeira injeção, 51 das 1.079 participantes que receberam a vacina contraíram o HIV. Entre as participantes que receberam placebo (1.109), 63 mulheres contraíram o vírus.
Os ensaios clínicos começaram em 2017, mas apenas agora, após a divulgação dos resultados da vacina, as participantes serão informadas se receberam o imunizante ou placebo.
Tecnologia da vacina
A vacina da Johnson & Johnson usa tecnologia de “vetor viral” – a mesma usada na produção da sua vacina contra a Covid-19.
A vacina utiliza um tipo comum de vírus, chamado adenovírus, que é modificado para se tornar inofensivo e capaz de transportar informações genéticas que permitam ao corpo lutar contra o vírus-alvo – nesse caso, o HIV.
Corrida contra o HIV
A Johnson & Johnson não está sozinha na corrida pelo desenvolvimento de uma vacina contra o HIV. De acordo com um site do governo dos EUA, o laboratório de biotecnologia Moderna deve começar os testes de duas vacinas contra o HIV em setembro deste ano.
As vacinas desenvolvidas pela Moderna utilizam a tecnologia de RNA mensageiro – a mesma usada pela empresa em sua vacina contra a Covid-19.
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