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“A sociedade é que é um desafio para o envelhecimento, não o contrário”, diz consultora

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“A sociedade é que é um desafio para o envelhecimento, não o contrário”, diz consultora


Jackie Marshall-Cyrus atua na área de inovação da longevidade e afirma que assistimos à erosão da dignidade dos idosos O Longevity Leaders Virtual 2021, que foi tema da coluna da última quinta-feira, me deu a chance de ser impactada pela assertividade de Jackie Marshall-Cyrus, consultora de inovação na área do envelhecimento. Nascida em Trinidad e Tobago e com formação em enfermagem, ela emigrou para o Reino Unido em 1999, onde trabalhou no NHS, o sistema de saúde britânico. De lá para cá, se especializou em estratégias para garantir que idosos mantenham a autonomia e independência para viver em suas casas durante o maior tempo possível, e é incisiva em relação às instituições de longa permanência. “Por tudo que vi e ouvi, conheço bem a dor que os mais velhos experimentam. Há uma erosão de suas personalidades e dignidade”, afirmou.
Na sua opinião, trata-se de uma questão social global, que chama de “institucionalização sistemática de indivíduos”, com uma grande distância entre o que pregam as políticas públicas – e o que já existe em termos de inovação – e a realidade. “É imperativo que minha geração mude o estado de coisas, ou o medo de envelhecer continuará presente. Com raras exceções de instituições preocupadas com a melhoria de vida de seus residentes, a maioria passa longe do cuidado centrado na pessoa”.
Jackie Marshall-Cyrus, consultora de inovação na área do envelhecimento: “nosso papel como sociedade é dar ferramentas para que as pessoas possam continuar tomando conta de si próprias”
Divulgação
O painel do qual do Jackie participou intitulava-se “Why innovation makes me excited about getting old” (“Por que a inovação torna excitante envelhecer”) e a consultora disse que, com frequência, é chamada para avaliar produtos e serviços para idosos que estão longe de atender às suas necessidades: “de saída, há uma visão paternalista que vê o velho como alguém que tem que ser ajudado, quando, na verdade, o objetivo deveria ser lhe dar autoestima. Sempre faço a seguinte observação: ‘diga que problema está sendo resolvido, em vez de vender seu produto’. Muitos não conseguem, estão encantados com o que criaram e não enxergam quem vai consumir”.
Sua avaliação de residências de idosos ou similares é dura: “por que dizemos que as pessoas não podem viver e morrer em suas casas? A sociedade é que é um desafio para o envelhecimento, não o contrário. As famílias ficam sem opção porque o sistema foi consolidado desse modo, mas não há nada que uma instituição faça que não possa ser reproduzido em casa”, desafia. Além de soluções tecnológicas que facilitem o dia a dia de quem vive sozinho, enfatiza a importância da criação de redes de apoio para os mais velhos na própria vizinhança. Há iniciativas bem-sucedidas em alguns países, que abrangem de atividades como fazer compras e reparos domésticos. Acrescente à lista sensores que monitorem os movimentos e indiquem qualquer anormalidade no ambiente, e serviços para quem tem limitações de movimento (ajuda na alimentação e banho, por exemplo) – e a possibilidade de permanecer em casa aumenta bastante.
Jackie finaliza dizendo que não gosta sequer de expressões como “amigo da criança” ou “amigo do idoso”, que carimbam várias iniciativas. “Não importa a idade, são todos cidadãos. Se tivesse uma varinha de condão para resolver problemas, optaria por uma sociedade onde possa ser eu mesma quando envelhecer. Isso significa morar onde sempre morei, encontrar os amigos, ter a oportunidade de aprender coisas novas e poder ensinar o que sei, manter relacionamentos íntimos se quiser. Nosso papel como sociedade é dar ferramentas para que as pessoas possam continuar tomando conta de si próprias”.

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