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Apesar de mais ao centro, discurso de Lula ainda estressa o mercado, diz economista

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Apesar de mais ao centro, discurso de Lula ainda estressa o mercado, diz economista

Após ter suas condenações anuladas por decisão do Ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, o ex-presidente Lula discursou na tarde desta quarta-feira (10) na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo. Nas duas horas atrás do púlpito, Lula criticou o negacionismo bolsonarista, defendeu as vacinas, criticou Moro e deu sinais de que, se eleito, deve assumir uma postura intervencionista na Petrobrás.

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Na avaliação do economista Sérgio Vale, da consultoria MB Associados, apesar de indicarem um caminho de conciliação com o centro político, as falas do ex-presidente ainda estressam o mercado com incertezas e deixam dúvidas sobre a conduta sua conduta caso seja reconduzido à presidência.

“Ao acenar ao centro político, Lula mostra que está melhorando. Mas, do ponto de vista do mercado, ainda não é um discurso favorável, deixando o cenário difícil e incerto nos próximos dois anos”, explicou Vale à EXAME. “Fica a expectativa sobre qual Lula deve governar caso ele ganhe: o Lula de 2003, paz e amor, ou o Lula de 2013, muito mais seguro e crente em seus posicionamentos? Isso estressa o mercado.”

Ao falar sobre os combustíveis, tema de polêmica recente do governo Bolsonaro, Lula questionou que o preço do petróleo brasileiro siga o preço internacional, uma visão que é criticada por economistas por ser onerosa à Petrobras. O ex-presidente também defendeu o controle da dívida pública, que saltou a mais de 90% do PIB durante a pandemia, por meio do crescimento econômico. Vale, entretanto, vê problemas em ambos os posicionamentos.

É difícil solucionar a equação pela via do crescimento com uma dívida a 90% de um déficit de 2% do PIB. Um projeto fiscal ambicioso nessas condições não me parece muito favorável, pois pode piorar o cenário de juros e do câmbio. A ideia da Petrobrás não seguir o preço do mercado internacional, por exemplo, tem pouco fundamento econômico e causa muita preocupação. São discursos antigos e que precisam se adequar para ter aderência do mercado.

Sérgio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados

Vale ressalta que o governo do presidente Jair Bolsonaro também tem sido intervencionista na Petrobrás e, mesmo após muitas promessas, não conseguiu tocar a agenda de privatizações, especialmente da Eletrobrás e dos Correios – o que deixa o cenário político bastante nublado para 2022.

“Assim, chegamos em 2022 com duas principais candidaturas muito complicadas: de um lado uma agenda de reformas que não anda e, do outro, uma proposta de forte presença do estado que não parece ser negociável”, disse Vale. “Com isso, a tendência é continuidade da instabilidade no mercado.”