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Câmara dos EUA vota a favor do impeachment de Donald Trump

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Câmara dos EUA vota a favor do impeachment de Donald Trump

A Câmara dos Estados Unidos votou pela abertura do processo de impeachment contra o presidente Donald Trump. A maioria simples de votos necessários para que o pedido fosse aceito, 217 votos, foi atingida na tarde desta quarta-feira, 13. O placar é de 254 votos a favor e 197 contra.

Além dos democratas, que têm maioria na Câmara, foram dez votos de republicanos a favor do impeachment. Pela manhã, eram seis votos republicanos abertamente contra Trump.

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Uma das principais expectativas era verificar se o presidente teria maior número de desertores, o que pode influenciar também na decisão do Senado. A Casa fica agora a cargo de julgar a fase final do impeachment, o que deve acontecer quando os senadores voltarem do recesso, a partir de 19 de janeiro.

Com a votação desta quarta-feira, Trump já se tornou o primeiro presidente a ter dois processos de impeachment aprovados pela Câmara, após o primeiro caso, em janeiro de 2020 — posteriormente rejeitado pelo Senado.

Desta vez, o pedido foi motivado pela invasão de apoiadores de Trump ao Congresso dos Estados Unidos, em 6 de janeiro, que geraram cenas de guerra e deixaram ao menos cinco mortos. A justificativa é que o presidente tenha incitado a “ressureição” dos manifestantes, com publicações e declarações antes da invasão.

A votação desta quarta-feira acontece somente uma semana após as cenas de violência no Capitólio, que aconteceu enquanto o Congresso votava a ratificação da vitória de Joe Biden na eleição de novembro. Faltam também apenas sete dias para que Biden tome posse, em cerimônia marcada para 20 de janeiro.

Como o fim do mandato está próximo, o processo de impeachment se torna muito mais simbólico e definidor do futuro político de Trump do que de fato necessário para tirá-lo do poder.

O Senado terá o papel de julgar se Trump é culpado das acusações e pode decidir ainda, em votação separada, se o atual presidente perderá os direitos políticos, ficando impossibilitado de se candidatar novamente à presidência em 2024.

A votação no Senado tem resultado incerto. Na Câmara, os democratas tinham maioria e, além disso, a Casa só exigia maioria simples para o impeachment. No Senado, serão precisos dois terços dos senadores.

Membros da Guarda Nacional dormem no Capitólio nesta quarta-feira: após a invasão da semana passada, tropas visam garantir a segurança do rito de impeachmentBrendan Smialowski/AFP

Embora os democratas tenham conseguido empatar em número de senadores com a vitória de dois candidatos na Geórgia, com 50 para cada lado (e desempate feito pelo vice-presidente da República — no caso, a vice-presidente eleita Kamala Harris), a votação pende para Trump na teoria.

Será preciso que ao menos 17 republicanos dos 100 senadores votem contra Trump. O Senado volta aos trabalhos na próxima semana. Também não se sabe ainda o quão rápido será o processo do julgamento na Casa.

Em janeiro do ano passado, em um rito muito mais demorado do que dessa vez e antes da pandemia, o primeiro processo de impeachment de Trump foi aprovado pela Câmara democrata, quando o presidente foi acusado de abuso de poder e obstrução do Congresso. Na sequência, o Senado, de maioria republicana, votou contra ambos os casos.

A grande dúvida é o quanto republicanos no Senado podem apoiar o impeachment desta vez. Ontem, o New York Times divulgou que o líder republicano na Casa, Mitch McConnell, estaria avaliando a ideia de apoiar em partes o processo para que Trump perca força internamente dentro do partido e numa eventual nova candidatura em 2024.

Os americanos apoiam o impeachment?

Quase 53% dos americanos apoiam o impeachment, segundo a média das pesquisas sobre o tema compilada pelo site FiveThirtyEight. Outros 42% são contrários.

Na prática, a fatia de apoiadores do impeachment fica próxima ao percentual que já votou em Joe Biden nas eleições presidenciais de novembro, quando o democrata venceu com quase 52% dos votos.

As pesquisas mostram cenário parecido: apesar da invasão do Capitólio e todas as críticas recebidas por Trump desde então — incluindo dentro do próprio Partido Republicano –, o apoio ou não ao impeachment ainda tem forte relação com o partido dos eleitores, como mostram os números.

Dos que apoiam a retirada do presidente, 84% é democrata e 15,5% é republicano. Entre os independentes, os fiéis da balança, a fatia de apoiadores do impeachment é de pouco menos da metade, em 48,6% (embora o número tenha subido três pontos percentuais desde a invasão).

Uma preocupação é que, em meio à divisão do país, novos atos de violência ocorram. Numa pesquisa do instituto YouGov com a CBS, 74% dos americanos avalia que é provável que haja mais atos de violência em Washington D.C na próxima semana, em meio à posse de Biden. FBI também alertou que grupos de extrema direita planejam manifestações armadas nas capitais dos estados americanos neste fim de semana.