Coronavac: vacinação pode começar hoje no Hospital das Clínicas
O governador de São Paulo João Doria Júnior acompanha a reunião da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para liberar o uso emergencial da vacina Coronavac no Hospital das Clínicas (HC) junto à cúpula do Instituto Butantan neste domingo, 17 de janeiro.
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Além de Doria, estão presentes no HC o diretor-geral do Instituto Butantan, Dimas Covas, e o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn. A presença do trio indica que, uma vez que o uso emergencial da Coronavac seja aprovado pela Anvisa, possa haver o início da vacinação em profissionais de saúde do HC neste domingo, ainda que de forma simbólica.
A vacinação com a Coronvac em São Paulo está prevista para a próxima segunda-feira (18) e o governador João Doria Jr. realiza uma coletiva de imprensa nesta tarde, na qual deve anunciar os próximos passos da vacinação e da quarentena em SP.
Durante a reunião da Anvisa, a área técnica apresentou seus relatórios sobre a vacina da empresa chinesa Sinovac e a vacina feita por Oxford com a AstraZeneca. Ambas tiveram a recomendação de aprovação para uso emergencial pelos técnicos.
Estamos no Hospital das Clínicas, acompanhando a apresentação da Anvisa na reunião sobre a aprovação do uso emergencial da Vacina do Butantan, ao lado de alguns dos mais renomados cientistas do País. O Brasil precisa com urgência de vacinas para salvar vidas. pic.twitter.com/eZEw3w1ClV
— João Doria (@jdoriajr) January 17, 2021
Coronavac
A vacina Coronavac foi criada com base no próprio vírus. Os pesquisadores da Sinovac Life Sciences criam uma cultura do vírus em laboratório, o deixam inativo e aplicam em pacientes. Com isso, a produção de anticorpos é estimulada pelo organismo humano, o que pode prevenir os sintomas graves da covid-19, que podem causar a morte. Com anticorpos específicos para a infecção, o organismo pode combater de forma mais eficiente o coronavírus, de modo a não causar grandes danos à saúde.
O pedido à Anvisa é relativo a 6 milhões de doses da Coronavac para profissionais de saúde, idosos, pessoas com comorbidades, povos e comunidades indígenas, população de rua, membros da força de segurança e salvamento, trabalhadores do transporte coletivo e presos.
A Anvisa reforça que nenhum país no mundo aprovou o uso sanitário da Coronavac, mas, sim, apenas tem aval para uso emergencial. Foram realizadas 41 comunicações entre a Anvisa e o Instituto Butantan para avaliação da vacina antes da decisão de hoje da agência.
Anunciada na última terça-feira, a eficácia geral da Coronavac é de 50,38%. A informação foi divulgada pelo diretor do instituto, Dimas Covas. A eficácia é relacionada à capacidade do imunizante de evitar casos sintomáticos da covid-19, que já matou 2 milhões de pessoas no mundo.
Vacina de Oxford
A vacina de Oxford com a AstraZeneca também recebeu o aval da aprovação emergencial em face da ausência de tratamentos eficazes contra a covid-19 no mundo.
A medida vale, inicialmente, para 2 milhões de doses de vacinas produzidos na Índia pelo Instituto Serum. No futuro, a Fiocruz fabricará localmente o imunizante.
Segundo reportagem do jornal indiano Times of India, as vacinas só devem ser enviadas ao Brasil dentro de duas semanas.