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Covid: Risco de infecção por coronavírus varia ‘muito’ de acordo com máscara usada, diz estudo

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Covid: Risco de infecção por coronavírus varia ‘muito’ de acordo com máscara usada, diz estudo


Usar uma máscara PFF3 de alto grau pode proteger quase inteiramente os profissionais de saúde da Covid, constatou a pesquisa. O que devemos saber sobre as máscaras PFF2/ N95
A qualidade das máscaras faciais que os profissionais de saúde usam faz uma grande diferença no risco de infecção por coronavírus, segundo um estudo conduzido em um hospital em Cambridge, no Reino Unido.
Usar uma máscara de alto grau conhecida como PFF3 pode fornecer até 100% de proteção.
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Máscaras do tipo N95 e N100 (à direita).
CDC/Pexels
Já as máscaras cirúrgicas comuns apresentam um risco muito maior de se pegar o vírus, segundo a pesquisa.
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Os dados foram coletados durante um programa de testes da entidade NHS Foundation Trust, ligada ao sistema de saúde britânico, o NHS (equivalente ao SUS no Brasil).
Os resultados foram publicados em um artigo que ainda não foi revisado por pares.
Durante a maior parte do ano passado, o hospital seguiu a orientação do governo que especifica que os profissionais de saúde devem usar máscaras cirúrgicas, exceto em algumas situações limitadas.
Embora resistentes a fluidos, essas máscaras são relativamente frágeis e frouxas e não têm o objetivo de filtrar aerossóis infecciosos — minúsculas partículas de vírus que podem permanecer no ar e agora são amplamente tidas como fonte de infecção por coronavírus.
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Foto mostra profissional de saúde usando máscara do tipo PFF2 ao cuidar de paciente com Covid-19 em UTI de Valenciennes, norte da França, no dia 22 de abril.
Pascal Rossignol/Reuters
O estudo descobriu que a equipe que cuida de pacientes em alas “vermelhas” (onde há pacientes com covid) enfrentava um risco até 47 vezes maior do que aqueles em alas “verdes” (sem pacientes com Covid).
O pesquisador principal, Mark Ferris, especialista em saúde ocupacional do hospital, disse que a equipe estava se contaminando com Covid apesar de seguir todos os protocolos de controle de infecção.
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Assim, quando a segunda onda da pandemia começou a acontecer em dezembro passado, os gerentes dos hospitais de Cambridge tomaram a decisão de aumentar a proteção nas alas vermelhas.
“A única coisa que faltava tentar fazer ainda era adotar as máscaras PFF3, e foi isso que eles fizeram”, disse Ferris.
As máscaras PFF3 são mais fechadas no rosto e projetadas especificamente para filtrar aerossóis.
Grande impacto
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Nas semanas seguintes a essa mudança, a taxa de infecções entre os profissionais de saúde nas enfermarias vermelhas caiu drasticamente, atingindo o nível das alas verdes, onde não havia pacientes com Covid.
O estudo conclui que “os casos atribuídos à exposição na ala caíram significativamente, com máscaras PFF3 fornecendo 31-100% de proteção (e provavelmente 100%) contra a infecção de pacientes com Covid-19.”
Todos os casos restantes provavelmente foram causados por disseminação na comunidade, e não no hospital.
O artigo afirma que as máscaras cirúrgicas resistentes a fluidos são “insuficientes” para proteger os profissionais de saúde.
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Mike Weekes, da Cambridge University NHS Hospitals Foundation Trust, que trabalhou no estudo, disse que a pesquisa dá “algumas evidências do mundo real de que as máscaras PFF3 são realmente eficazes, e mais eficazes do que as máscaras cirúrgicas”.
Ele acrescentou: “Claramente, é um estudo relativamente pequeno e, portanto, precisamos ver essas descobertas replicadas em outro lugar. Mas, dada a diferença nos resultados que vimos, como uma espécie de efeito do princípio de precaução, o que devemos pensar é adotar máscaras PFF3 para quem cuida de um paciente com coronavírus.”
Campanha
Profissionais de saúde com máscaras do tipo PFF2 cuidam de paciente internada com Covid-19 em UTI de São Leopoldo (RS), no dia 16 de abril.
Silvio Avila/AFP
O hospital de Cambridge está entre 17 em todo o Reino Unido que decidiram atualizar suas máscaras, à revelia da política nacional.
O apelo para que as máscaras PFF3 sejam distribuídas de forma mais ampla é uma demanda de longa data de diversos órgãos de profissionais de saúde.
Em uma carta aberta ao Secretário de Saúde do Reino Unido, Sajid Javid, um grupo de consultores e médicos diz que o novo estudo fornece ainda mais evidências de por que a política precisa ser alterada.
“Isso tem implicações importantes para a proteção do trabalhador de saúde, já que o Reino Unido lida com o que se espera que seja uma ‘onda final’, além de tentar reduzir o enorme acúmulo de outros trabalhos enquanto enfrenta a inevitável doença e isolamento da equipe”, escreveu o grupo.
Um porta-voz do Departamento de Saúde e Assistência Social disse que as orientações sobre os padrões de máscaras são atualizadas regularmente para refletir os mais recentes avanços científicos.
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“A segurança do NHS (sistema de saúde britânico) e da equipe de assistência social sempre foi nossa prioridade e continuamos a trabalhar 24 horas por dia para entregar materiais para proteger aqueles na linha de frente. As evidências e os dados emergentes são monitorados e revisados continuamente e as orientações serão alteradas de acordo, caso seja apropriado.”
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