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“Dizer que a morte é sinônimo de enorme sofrimento é uma manipulação”, afirma médica

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“Dizer que a morte é sinônimo de enorme sofrimento é uma manipulação”, afirma médica


Especialista critica o crescente apoio ao suicídio assistido e alerta sobre o que chama de visão distorcida do fim da vida A legalização da eutanásia é objeto de discussões na Assembleia portuguesa e, no dia 31 de março, assisti a um debate on-line sobre o tema, promovido pelo Centro Acadêmico de Medicina de Lisboa. A apresentação mais contundente foi feita por Diane E. Meier, professora de ética médica e geriatria, e diretora do Centro Avançado de Cuidados Paliativos do Hospital Mount Sinai, em Nova York: “há um crescente apoio ao suicídio assistido que está baseado numa série de premissas falsas. Uma delas é de que a morte é cercada de um enorme sofrimento que deve ser eliminado. Corremos o risco de caminhar para uma situação na qual legalizar a morte será mais barato do que bancar os cuidados paliativos necessários para as pessoas que tenham sérias doenças crônicas”, afirmou.
Em dezembro, ela havia publicado artigo na revista científica “Jama Internal Medicine” no qual alertava para a complexidade dos chamados “critérios objetivos” que norteiam a liberação do procedimento. Nos Estados Unidos, o suicídio assistido – quando é o paciente que se administra o fármaco letal, prescrito por um médico – é legal em nove estados e no distrito de Columbia, e está em discussão em outros 17. “Os países que adotaram a eutanásia e o suicídio assistido alegam que os pacientes devem ser avaliados de forma que se certifique de que o pedido partiu de uma decisão racional. Essa é uma política perigosa, que se baseia numa situação idealizada que não corresponde à realidade. A fé desmedida nos médicos é, no mínimo, ingênua, como se fôssemos os melhores guardiões, quando nem sempre somos capazes de defender os mais frágeis”, argumentou.
A geriatra Diane Meier, diretora do Centro Avançado de Cuidados Paliativos do Hospital Mount Sinai, em Nova York: “há um crescente apoio ao suicídio assistido que está baseado numa série de premissas falsas”
Divulgação
Para a doutora Meier, é preciso tempo para explorar os motivos que levaram ao pedido: “o que parece ser uma expressão da autonomia de um indivíduo pode esconder depressão, raiva, medo. A pressão da família, mesmo inconsciente, é captada pelo paciente, que se vê como um fardo. Cerca de 50% dos doentes com câncer sofrem de depressão, que pode ser tratada”. Ela explicou que também há uma manipulação envolvendo o fim da vida: “o processo da morte é pontuado por fadiga e sono crescentes, por pausas progressivas na respiração. A maioria das pessoas acha que a morte é acompanhada de grande sofrimento, mas os sintomas são tratáveis, os médicos é que não são treinados como deveriam. Na verdade, médicos aprendem que têm que fazer alguma coisa e, de certa maneira, ajudar o paciente a morrer restaura esse controle”.
Na terça-feira, a polêmica continua: professor holandês diz que mesmo o melhor cuidado paliativo não exclui o desejo de morrer

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