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Estudo de pesquisadores da UFU mostra que pandemia da Covid-19 pode ter diminuído vigilância sobre outras doenças no Brasil

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Estudo de pesquisadores da UFU mostra que pandemia da Covid-19 pode ter diminuído vigilância sobre outras doenças no Brasil


Relato de pesquisa publicado na Scientific Electronic Library Online mostrou crescimento de registros de mortes por leishmaniose visceral, leptospirose, malária e dengue em 2020. Sars CoV-2, o causador da Covid-19
Getty Images via BBC
Dois pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e um da Universidade de Córdoba, na Colômbia, publicaram um relato de pesquisa sobre o aumento dos registros de mortes por doenças febris durante a pandemia da Covid-19 no Brasil.
A publicação foi feita na Scientific Electronic Library Online (SciELO) e nesta fase, os chamados preprints, ainda não foram avaliados pelos pares e aceitos para publicação. Porém, o estudo serve de alerta porque pode indicar a diminuição da vigilância sobre doenças como leishmaniose visceral, leptospirose, malária e dengue.
Os autores do preprint foram Nikolas Lisboa Coda Dias, aluno de medicina da UFU, Álvaro A. Faccini-Martínez, médico e pesquisador do Instituto de Investigações Biológicas do Trópico, da Universidade de Córdoba, na Colômbia e Stefan Vilges de Oliveira, professor do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da UFU.
Mosquito-palha é o transmissor da leishmaniose
Divulgação/Prefeitura
Publicado no dia 26 de novembro, o estudo teve o objetivo de avaliar as doenças febris, infecciosas e parasitárias durante a pandemia da Covid-19 no Brasil, Além de discutir possíveis explicações para as variações no número de internações e nas taxas de mortalidade encontradas para leishmaniose visceral, leptospirose, malária e dengue.
Os pesquisadores analisaram dados de todo o país, no período de janeiro a agosto dos anos de 2017, 2018, 2019 e 2020, disponíveis no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS). Após a coleta foi realizado o cálculo de médias e variações percentuais para comparar os achados de 2020 aos três anos anteriores.
“Nós escolhemos essas doenças devido à disponibilidade de dados e por compartilharem sintomas semelhantes com a Covid-19, sendo denominadas de doenças febris indiferenciadas”, justificaram os pesquisadores.
O que mais chamou a atenção deles foram as reduções ocorridas em 2020 nas internações por leishmaniose visceral (43,59%), malária (29,51%) e leptospirose (29,31%); e o aumento de 23,47% na dengue em comparação aos três anos anteriores.
Malária é transmitida pela fêmea do Anopheles, infectada por protozoários do gênero Plasmodium
Pixabay/Divulgação
Outra descoberta significativa do estudo foram os aumentos nas taxas de mortalidade por leishmaniose visceral (32,64%), leptospirose (38,98%), malária (82,55%) e dengue (14,26%).
O estudo apontou que “no contexto da pandemia de 2020, esses crescimentos e decréscimos nas internações e esses aumentos nas taxas de mortalidade são preocupantes, porque podem indicar a diminuição da vigilância sobre essas doenças”.
Para formular possíveis explicações para os resultados, os pesquisadores investigaram outros estudos na literatura científica sobre situações ocorridas em diferentes países, que possam estar ocorrendo no Brasil de modo semelhante. Eles encontraram, por exemplo, estudos que descreviam atrasos nos diagnósticos clínicos por dificuldades em diferenciar a Covid-19 da leptospirose.
Além disso, eles também pesquisaram relatos de caso sobre a ocorrência de coinfecções, nas quais infecções da Covid-19 ocorreram juntamente à dengue e à malária, além de um caso de coinfecção com a leishmaniose visceral, que levou o paciente a óbito. Eles também identificaram tanto aumentos, quanto reduções nas notificações e declínio nas medidas de controle e prevenção no Brasil e em outros países. Assim, como uma possível contribuição do distanciamento social para reduzir a transmissão da dengue no estado de São Paulo.
A partir dos resultados encontrados por este estudo e dos achados originários da literatura científica, os pesquisadores afirmam que ficou evidente a importância de aumentar a vigilância sobre essas doenças. Através de medidas de controle dos vetores e do estabelecimento de protocolos e guias clínicos para diferenciá-las da Covid-19. Ressaltam também a importância de abordar pacientes com coinfecções, com objetivo de prevenir e evitar internações que possam levar a óbitos, assim como contribuir para diminuir a lotação de leitos hospitalares.

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