Getninjas e Pif Paf engrossam a fila de futuros IPOs
O GetNinjas, app em que é possível encontrar “profissionais que fazem de tudo”, e a empresa alimentícia PifPaf pediram à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a autorização para operação no mercado de ações brasileiro nesta sexta-feira.
Conhecido como IPO (Initial public offering, em inglês), o processo de abertura de capital depende da aprovação da autarquia do Ministério da Economia, que também recebeu ontem o pedido das empresas Tegra Incorporadora e PetroRecôncavo.
A PifPaf produz principalmente alimentos processados de carne suína e de aves e foi fundada em 1968 no Rio de Janeiro. As operações da Companhia em outros países vêm ganhando representatividade ao longo dos últimos anos, correspondendo a 6,3% da receita bruta em 2018, 6,7% em 2019 e atingindo 12,0% em 2020.
No ano passado, ela teve receita líquida de 2,6 bilhões de reais, enquanto em 2019 o valor havia sido de 2,1 bi. O EBITDA, porém, caiu de 265 milhões em 2019 para 198 milhões em 2020, e o lucro caiu de 317 milhões para 215 milhões.
Hoje, os principais pontos de venda da companhia são no sudeste, sul, Bahia e Goiás.
Já a GetNinjas foi fundada em 2011 por Eduardo Orlando L’Hotellier, até hoje presidente da companhia. Segundo o prospecto, o serviço estava presente em mais de 3.800 cidades brasileiras até dezembro de 2020 (a maioria nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste). No ano passado, foram 4 milhões de solicitações de serviços — uma solicitação a cada nove segundos. A alta nos pedidos ante 2019 foi de 43%.
O número de profissionais ativos na plataforma também subiu 42% desde 2018, chegando a quase 112.000 no fim de 2020.
A plataforma transacionou 963 milhões de reais em 2020 (o GMV, volume total de vendas), alta de 55% ante 2019. A receita, que era de 29 milhões de reais em 2018, subiu 64% no ano passado, indo a 46,7 milhões de reais.
O prejuízo tem caído nos últimos anos, mesmo com a expansão da operação: as perdas foram de 890.000 reais em 2020, inferior aos 6,7 milhões em 2018.
Dentre seus pontos favoráveis, a GetNinjas destaca o crescimento da digitalização e do e-commerce no Brasil. Entre os riscos, aponta um possível avanço da regulação sobre o modelo de economia compartilhada adotado pela empresa.
Nesta semana, as empresas Dotz, WDC (livetech da Bahia), São Salvador Alimentos, Kora Saúde e LIBRELATO S.A. também já haviam pedido autorização para entrar na bolsa de valores e ter suas ações comercializadas.
Se a documentação estiver correta, a Comissão de Valores Mobiliários tem 20 dias para autorizar a abertura do IPO. A data exata, porém, fica a critério da empresa.
No momento, a CVM analisa a entrada de 42 empresas.
Entre outras empresas que estão na fila aguardando a autorização da CVM estão: Laboratório Teuto, Nadir Figueiredo, Casa & Video, Kalunga e Alphaville S.A.