Ibovespa abre em alta com ajuda de exterior otimista com Biden
O Ibovespa abriu em alta nesta quinta-feira, 21, em linha com os índices futuros americanos que sinalizam mais um pregão de recordes em meio ao otimismo com o início do governo de Joe Biden. Apesar do tom positivo, investidores locais seguem desconfortáveis com a falta de insumos para a produção de vacinas. No início do dia, inclusive, o Ibovespa futuro chegou a recuar na contramão do exterior.
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“A percepção é de que frente a falta de insumos para que se continue a produção das vacinas, o atraso no calendário pode agravar ainda mais a situação econômica e exigir novos programas de estímulo à renda – o que esbarraria na questão fiscal”, afirma em nota Helena Veronese, economista-chefe da Consulenza
Além do governo federal, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o governador de São Paulo, João Dória, vem tentando viabilizar a entrega dos insumos por parte da China. Mas até agora não houve resultados.
Na bolsa, as incertezas sobre a vacinação no país voltam a pesar, principalmente, em ações do setor aéreo, com os papéis da Embraer (EMBR3), GOL (GOLL4) e Azul (AZUL4) entre as maiores perdas nos primeiros minutos de negociação. Empresas de commodities, por outro lado, ajudam a impulsionar o Ibovespa. Com cerca de 10% de participação no índice, as ações da Vale (VALE3) sobem mais de 2%.
No cenário local, investidores também repercutem a retirada do forward guidance do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom). O instrumento vinha sendo usado para sinalizar que não haveria elevação de juros tão cedo. Embora tenha mantido a taxa de juros em 2%, na véspera, cresce a pressão para o Copom subir a taxa de juros, devido à recente alta da inflação.
Sem o forward guidance, o caminho para a alta de juros fica praticamente livre. No mercado, a expectativa é de que até o fim do ano, a taxa Selic chegue a 3,25%, com o início do ciclo de alta de juros previsto para o começo do segundo semestre.
Uma possível alta de juros tende a ser negativo para a bolsa e positivo para o real, tendo em vista que o aumento de rendimento dos títulos públicos aumenta a atratividade perante os investidores estrangeiros e, consequentemente, a entrada de dólares no país. Com investidores se antecipando ao movimento, o dólar se desvaloriza frente ao real pelo segundo dia consecutivo.