Ibovespa abre em queda em meio à realização de lucros e perde os 125 mil pontos
O Ibovespa iniciou a semana em queda, em meio ao clima de realização de lucros no mercado financeiro global, após as principais bolsas de valores alcançarem novos recordes na última sexta-feira, 8, quando a promessa de pacotes de “trilhões de dólares” feita por Joe Biden impulsionou novas altas. No Brasil, o Ibovespa fechou pela primeira vez acima dos 125.000 pontos.
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Em dia de agenda vazia, investidores seguem atentos aos desdobramentos do processo de impeachment de Donald Trump, que pode ter início nesta segunda. Segundo o Financial Times, o Partido Democrata deve pedir ao vice-presidente Mike Pence destitua Trump do cargo por incitar a violência nas manifestações de Washington, realizadas na última quarta-feira, 6.
No cenário interno, discussões sobre as eleições para a presidência da Câmara e do Senado ganham cada vez mais espaço nas mesas de negociações, com investidores ponderando como será o cenário para o andamento de reformas e os efeitos fiscais da possível retomada do auxílio emergencial.
Em lados opostos na disputa pelo comando da Câmara, o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia, chamou o presidente Jair Bolsonaro de covarde neste fim de semana por segundo a Veja, atribuir ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o atraso para o início da vacinação. Na sexta-feira, 8, a Fiocruz e o Instituto Butantan pediram à Anvisa a autorização do uso emergencial das vacinas desenvolvidas em parceria com a Oxford/AstraZeneca e com a chinesa Sinovac. Segundo Pazuello, na melhor das hipóteses, a vacinação deve começar até o dia 20, e na pior, até o fim de março.
Enquanto a vacina não sai, os números de mortes e infecções por coronavírus voltam aos níveis do pico da doença. No domingo, a média móvel de sete dias de óbitos pela doença superaram a marca de 1.000 pessoas pela primeira vez desde agosto. Em meio ao crescimento do número de hospitalizações, medidas de isolamento foram reforçadas em Belo Horizonte, onde shoppings da Aliansce Sonae e da Multiplan, ambas com capital aberto na bolsa, tiveram que ser fechados para atividades não essenciais.
Com o cenário internacional negativo, o índice Dxy, que mede a variação do dólar contra as principais moedas do mundo, tem a maior alta desde meados de dezembro, subindo 0,44%. O dólar também se valoriza contra moedas emergentes, sendo o real a com maior desvalorização. Rumo à quinta alta consecutiva, o dólar avança mais de 1% contra o real nos primeiros negócios do dia.
“O dólar está sob pressão no nosso mercado, em especial, por ser o “refugio” defensivo dos riscos fiscais que se acentuam continuamente”, comenta em nota Sidnei Nehme, diretor executivo da NGO.