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O carro elétrico matou a Ford do Brasil?

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O carro elétrico matou a Ford do Brasil?

A decisão pegou o governo de surpresa. Quando a Ford anunciou o encerramento de toda a sua produção brasileira, uma operação que já durava um século, as administrações de São Paulo e Bahia, estados afetados pela medida, correram para anunciar planos de amortecimento dos seus efeitos. O governo federal, por sua vez, preferiu destacar uma suposta excepcionalidade da ação. Diante do contexto, há uma pergunta importante que precisa ser respondida, se o Brasil quiser salvar a sua indústria automotiva: a Ford deixou o país por falta de incentivo ao carro elétrico?

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Há uma óbvia relação entre a decisão da Ford e a tendência de descarbonização do setor automotivo, manifestada na eletrificação do transporte individual de passageiros e no surgimento do mercado de compartilhamento de automóveis. “É uma decisão ligada à estratégia de negócios global da Ford visando realocar investimentos em outros mercados mais prioritários, notadamente na China e nos Estados Unidos”, afirma Ricardo Bacellar, sócio da KPMG e líder para os mercados industrial e automotivo da consultoria. “Mas ela não tem relação com ESG ou com a produção de carros elétricos no Brasil.”

Em 2018, a montadora americana havia anunciado que deixaria de produzir carros de passeio em sua terra natal. Desde então, a produção é voltada inteiramente a SUVs e carros elétricos. A decisão pelo primeiro está ligada a pesquisas de mercado que apontaram uma tendência crescente na busca por picapes nos Estados Unidos. A Ford acredita que, nos próximos anos, a busca por utilitários crescerá até 40%. Já a preferência pelos elétricos se justifica pelo mercado em expansão: especialistas acreditam que em poucos anos, os subsídios tornarão os elétricos tão acessíveis quanto os carros movidos a combustíveis fósseis.

Apesar do avanço tecnológico no exterior, no Brasil a situação tem sido diferente para a montadora. Em 2020, a queda nas vendas de veículos da marca foi superior à queda de todo o setor de automóveis, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O decréscimo foi de 39,2% frente aos 28,6% a menos nas vendas do país.

“Todas as iniciativas de inovação, inteligência artificial, veículos elétricos, autônomos e por assinatura já demandavam investimentos vultosos para qualquer montadora”, diz Bacellar. “A pandemia agravou a situação. Ao mesmo tempo, reduziu as linhas de receita (vide a queda drástica de vendas nos principais mercados-alvo da Ford: Estados Unidos e China) e acelerou a curva dos mencionados investimentos.”

Era dos elétricos?

Enquanto muitas montadoras já anunciavam seus modelos híbridos e elétricos, a Ford esteve no fim da fila, divulgando seus primeiros protótipos elétricos apenas no final de 2019, durante o Salão do Automóvel de Frankfurt, na Alemanha. Na ocasião, a marca havia prometido ao menos 17 novos modelos elétricos até 2024.

Apesar do atraso, a montadora espera que, até 2022, os elétricos representem mais da metade das vendas na Europa. Hoje, a montadora está no páreo das concorrentes no que diz respeito a veículos eletrificados. Com o lançamento de modelos como o esportivo Mustang e a picape F-150, a Ford pretende se consolidar como uma das líderes do setor – pelo menos nos Estados Unidos.

Abrir mão da propriedade também tem se tornado uma tendência no mercado, sobretudo entre as montadoras. No caso da Volkswagen, o serviço de compartilhamento de carros começou em território brasileiro em novembro do ano passado, quando a empresa anunciou um serviço que permite o aluguel de dois modelos de SUV por assinatura. Toyota, CAOA, Fiat e Jeep também já têm serviços do gênero, enquanto a Ford não anunciou nenhum projeto voltado ao setor no Brasil nos últimos tempos.

O fechamento das fábricas no país é um passo no processo de reestruturação global, segundo a montadora. Em todo o mundo, a preferência da Ford tem sido pelos elétricos e, com a incipiência desse mercado no Brasil, o país acabou ficando de fora dos planos da montadora

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