OMS pede doação de 10 milhões de vacinas contra Covid para enviar a nações mais pobres
Organização afirmou que mecanismo Covax está em crise e não tem doses para enviar a 20 países. Índia envia primeiro lote de vacinas contra Covid-19 à aliança Covax
WHO for South-East Asia
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adahnon, afirmou nesta sexta-feira que o mecanismo de distribuição de vacinas contra a Covid, o Covax, não terá doses para atender 20 países neste momento.
“Covax precisa de 10 milhões de doses como medida paliativa urgente para que esses 20 países possam começar a vacinar seus profissionais de saúde e idosos nas próximas duas semanas”, disse Tedros.
Segundo a OMS, 36 países membros ainda não receberam vacinas do mecanismo. Destes, apenas 16 deverão receber as primeiras doses nos próximos 15 dias. “20 países deverão esperar pelas vacinas. O Covax está pronto para fazer as entregas, mas não podemos entregar vacinas que não temos”, afirmou.
“O aumento da demanda por vacinas contra a Covid levou a atrasos na obtenção de dezenas de milhões de doses com as quais Covax contava”, disse Tedros.
O dirigente também atribuiu a escassez das doses aos “acordos bilaterais, proibições de exportação, nacionalismo de vacinas e diplomacia de vacinas”.
A Entidade também informou que está atenta para casos de fraude e falsificação de vacinas contra a Covid-19.
“Qualquer venda suspeita de vacinas deve ser denunciada às autoridades nacionais, que informarão à OMS”, disse o diretor-geral.
Adiar segunda dose
Durante a coletiva desta sexta-feira, a OMS também comentou a estratégia adotada por alguns países em adiar a segunda dose da vacina contra a Covid-19 .
A diretora do Departamento de Imunização da OMS, Katerine O’Brien, afirmou que ainda não há evidências sobre quanto tempo pode durar a imunidade contra a Covid-19 em indivíduos que receberam apenas uma dose.
“Ainda não temos evidências sobre não administrar a segunda dose para as vacinas que exigem duas doses. Não sabemos quanto tempo durará a imunidade após a primeira dose. (…) O que nós encorajamos é que os países tenham evidências científicas antes de tomarem qualquer decisão”, disse O´Brian.