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Professor da UFTM contribui com descoberta de gênero de dinossauro que viveu há 85 milhões de anos no interior de SP

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Professor da UFTM contribui com descoberta de gênero de dinossauro que viveu há 85 milhões de anos no interior de SP


‘Arrudatitan maximus’, a única espécie do gênero, faz parte do grupo dos titanossauros. Paleontólogo Thiago Marinho, de Uberaba, orientou o principal autor da pesquisa e ajudou com a identificação do material em Monte Alto (SP). ‘Arrudatitan maximus’, espécie do grupo titanossauro, viveu há 85 milhões de anos no interior de São Paulo
Ariel Milani Martine/Arte/Divulgação
O professor e paleontólogo Thiago Marinho, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) em Uberaba, participou da descoberta do gênero de dinossauros inédito na paleontologia, o Arrudatitan, que faz parte do grupo dos titanossauros e vivia no interior de São Paulo.
O estudo foi desenvolvido pelos pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto (SP), em parceria com o Museu de Paleontologia de Monte Alto (SP).
O mestre em biologia Julian Junior, o principal autor da pesquisa, é egresso do Centro de Pesquisas Paleontológicas “Llewellyn Ivor Price” (CCCP) e do curso de Ciências Biológicas da UFTM. Atualmente, ele é doutorando em biologia comparada na USP.
Thiago foi um dos orientadores de Julian no mestrado sobre titanossauros, mais especificamente sobre o Uberabatitan ribeiroi, o maior dinossauro já identificado em solo brasileiro, encontrado em 2008 em Uberaba.
“Minha contribuição no trabalho foi a orientação do Julian, além de ajudar com a identificação do material em Monte Alto”, explicou o docente.
Descoberta
O gênero tem apenas uma espécie, o Arrudatitan maximus, um dino herbívoro de 22 metros, com pescoço e cauda longas, que viveu 85 milhões de anos atrás, no Cretáceo, período em que ocorreu a separação da Pangeia, uma massa continental que unia todos os continentes do planeta Terra.
“A região de Monte Alto é muito produtiva, então pode ser que sejam achados novos fósseis, de espécies que sejam parentes do Arrudatitan maximus e sejam incluídas neste novo gênero, que é exclusivo de São Paulo”, disse Julian Junior.
A partir de descrições feitas pelos paleontólogos, artistas reconstituíram digitalmente o Arrudatitan maximus. Por uma das artes, é possível compreender a grandeza do animal, que tinha um comprimento equivalente ao espaço ocupado por cinco carros estacionados em fileira.
De acordo com o professor Thiago, a metodologia para identificar o novo gênero também foi original.
“Usamos uma metodologia nova para estimar o tamanho do Arrudatitan. Fizemos várias análises estatísticas comparando com titanossauros mais completos de outras partes do mundo e chegamos a um tamanho estimado”, revelou.
‘Arrudatitan maximus’, espécie do grupo titanossauro que viveu no interior de São Paulo, tinha 22 metros de comprimento
Deverson Pepi/Arte/Divulgação
O estudo conduzido por Julian indicou que, diferente do que há anos se acreditava, a espécie não pertence ao gênero Aelosaurus, cujas espécies viveram na Argentina. A principal diferença entre eles está nas articulações da cauda, mas suas ancestralidades genéticas também são distintas.
“Esta descoberta dá uma cara mais regional e inédita para a paleontologia brasileira, além de refinar nosso conhecimento sobre os titanossauros, que são estes dinossauros pescoçudos”, avalia o paleontólogo Fabiano Iori, do museu de Monte Alto, que participou do estudo.
Os resultados da pesquisa foram publicados no dia 29 de abril em um artigo na Historical Biology, uma importante revista científica de paleobiologia.
Além de Junior e Thiago Marinho, o trabalho contou com auxílio dos pesquisador Max Langer, da USP Ribeirão Preto, Fabiano Vidoi Iori, colaborador do Museu de Monte Alto, e pelos pesquisadores argentinos Agustín Martinelli e Martín Hechenleitner.
Fósseis
Vendedor de frutas e sobrinho encontraram por acaso fóssil do ‘Arrudatitan maximus’ em Cândido Rodrigues (SP)
Museu de Paleontologia de Monte Alto/Arquivo
Os fósseis do Arrudatitan maximus foram encontrados em 1997, na zona rural de Cândido Rodrigues (SP), pelo vendedor de frutas Ademir Frare e seu sobrinho, Luiz Augusto. A dupla avisou Antônio Celso de Arruda Campos, o professor Toninho, que foi precursor da paleontologia em Monte Alto.
Foi em homenagem ao sobrenome do professor, aliás, que os pesquisadores batizaram o novo gênero. Toninho comandou diversas escavações no município, onde também foram encontrados vestígios de uma aldeia indígena que habitou a região mil anos antes da chegada dos portugueses ao Brasil.
Ele também ajudou a criar o museu de Monte Alto, onde há cerca de 1,3 mil fragmentos de ossos de quatro espécies de dinossauros e seis de crocodilos, além de tartarugas e moluscos de água doce.
“Até o momento, os fósseis do Arrudatitan maximus são os maiores que temos em exposição. Esse estudo amplia nossos conhecimentos sobre os titanossauros brasileiros e abrem portas para novas pesquisas”, analisa Sandra Tavares, que dirige o museu.
Fósseis do ‘Arrudatitan maximus’, um titanossauro, estão expostos no Museu de Paleontologia de Monte Alto (SP)
Museu de Paleontologia de Monte Alto/Divulgação
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