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Protocolo de blockchain quer transformar comércio digital e criar o dCommerce

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Protocolo de blockchain quer transformar comércio digital e criar o dCommerce

A natureza descentralizada da tecnologia blockchain já permitiu o aparecimento de uma série de protocolos capazes de criar novos modelos de negócios ou de renovar sistemas antigos, sem intermediários e com maior autonomia e privacidade aos usuários. Finanças descentralizadas (DeFi) e aplicativos descentralizados (dApps) são os mais conhecidos. Agora, o projeto Boson Protocol pretende acrescentar um novo “d” nessa lista: o dCommerce.

A ideia do projeto é criar um ecossistema descentralizado para uma nova geração de e-commerces, mercado que hoje é dominado por poucas e superpoderosas empresas, que têm lucros elevados apenas para atuar como intermediários entre compradores e vendedores. Esses monopólios ganham vantagem competitiva se aproveitando de dados que seus usuários geram, e em muitos casos, pressionando todos os outros players da cadeia.

“O comércio eletrônico precisa ser reinventado. Precisamos atualizar o sistema atual, com os usuários no centro da solução. A nossa visão, com o Boson Protocol, é criar um ecossistema descentralizado, financiando e possibilitando o desenvolvimento de aplicativos capazes de desmonopolizar, democratizar e promover a disrupção do comércio eletrônico”, disse Justin Banon, CEO do projeto, que já captou mais de 3,5 milhões de dólares em investimentos, inclusive de venture capitals como a Outlier Ventures.

Segundo seus criadores, o Boson Protocol pretende solucionar a dificuldade de transformar o digital em algo físico, facilitando transações sem intermediários ou arbitradores, através de contratos inteligentes em blockchain. “O Boson é uma ponte entre o metaverso e o universo, que possibilita conectar contratos inteligentes com transações no mundo real de forma acessível e segura”, explicou Banon.

Em outras palavras, a ideia do Boson é permitir que lojas e pessoas possam “tokenizar” produtos e serviços e vendê-los pela Internet, utilizando NFTs (tokens não-fungíveis, que são únicos e cujas informações são registradas em contratos inteligentes). O intermédio das negociações é feito pelo próprio protocolo, que usa um sistema automatizado de “compromisso” entre os envolvidos — comprador e vendedor depositam uma garantia de que cumprirão sua parte na negociação.

Esses compromissos podem ser considerados como contratos futuros para uma coisa ou um fato, programados em “NFTs de compromisso”. A custódia de um token de compromisso dá ao seu titular o direito de resgatá-lo caso algo pré-estabelecido aconteça, como o não-pagamento de uma compra, ou o não-recebimento de um produto pago, de maneira automatizada, confiável e segura.

“As transações comerciais pela Internet requerem coordenação para lidar com disputas e estornos. Isso pode ser feito por um intermediário, com o enorme risco de abuso de sua posição de confiança, o que pode gerar taxas excessivas e exploração de dados. Fazer negociações usando NFTs é completamente diferente de simplesmente reconstruir uma plataforma de e-commerce em blockchain”, disse Banon.

O Boson, entretanto, é um protocolo que possibilita o desenvolvimento de soluções e aplicações, mas não é a própria solução em si, e sim a sua base. Para que o modelo funcione, é preciso que desenvolvedores se interessem pelo modelo proposto e o utilizem para criar apps, plataformas e ferramentas para os consumidores — semelhante ao que ocorre no universo das finanças descentralizadas (DeFi).

Com foco neste desafio, a equipe do projeto está desenvolvendo documentação e kits para desenvolvedores (SDKs, na sigla em inglês) para que eles possam criar seus próprios aplicativos de dCommerce utilizando os componentes desenvolvidos pela Boson. “A ideia é prover aos desenvolvedores ‘blocos de encaixar’, que apelidamos de ‘dCommerce Legos’, para que novas novas soluções de dCommerce possam ser criadas sem que seja necessário desenvolver tudo do zero”, explicou Bruno Ahualli, um dos primeiros investidores no projeto e atualmente o Advisor de Marketing da Boson Protocol.

Isso faz com que as perspectivas de adoção e uso prático do sistema se voltem para o médio e longo prazo, mas, ao mesmo tempo, é um dos principais fatores que tornam o protocolo único — fosse uma plataforma pronta para ser lançada, não seria descentralizada, mas apenas mais um intermediário num modelo de negócios que, pelo que se vê, está com os dias contados.

Casos de uso possíveis

Não é apenas o e-commerce que pode ser transformado com a adoção do novo protocolo. Por tornar possível a “tokenização” de qualquer item, produto ou serviço, o Boson Protocol pode ser utilizado em várias outras frentes — algumas delas citadas no seu “lightpaper“, versão simplificada do seu “whitepaper”, documento que explica em detalhes a solução desenvolvida pelo projeto .

Na indústria de games, por exemplo, é possível que jogos ofereçam recompensas para seus usuários que atingirem determinado nível recebam itens reais em sua casa, ou que um usuário compre um item especial na loja do próprio jogo. O protocolo também permite o desenvolvimento, por exemplo, de jogos online com prêmios reais.

Outro caso de uso possível é a reserva de hotéis, restaurantes e até ingressos para eventos. Basta que o seu responsável “tokenize” as diárias do seu hotel, as mesas do seu restaurante ou os tíquetes de entrada no seu evento, e os negocie em um app que utiliza o protocolo.

Programas de milhagens ou recompensas também podem se beneficiar do Boson, que tornaria mais simples, rápido e seguro o processo de troca dos pontos por ítens do mundo real.

Indo além, por ser totalmente automático, o Boson Protocol poderia permitir negociações entre máquinas. Por exemplo, carros autônomos poderiam comprar, de forma automática, um novo jogo de pneus ou alguma outra peça que o sistema detectou necessidade de substituição.

Tudo isso, claro, depende do desenvolvimento das aplicações apropriadas, e só vão se tornar reais caso uma empresa, grupo ou pessoa decida criá-la. O Boson Protocol, entretanto, possibilita que tudo isso seja feito.

Ainda é cedo para avaliar o impacto do novo protocolo no mundo real, ou até mesmo se ele será adotado pelos desenvolvedores. As possibilidades caso isso aconteça, entretanto, são infinitas e capazes de promover mudanças significativas no comércio eletrônico global.

No curso “Decifrando as Criptomoedas” da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, head de criptoativos da Exame, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o funcionamento. O especialista usa como exemplo o jogo Monopoly para mostrar quem são as empresas que estão atentas a essa tecnologia, além de ensinar como comprar criptoativos. Confira.