Segunda dose da vacina da Moderna pode ser aplicada em até seis semanas, diz OMS
Vacina ainda não foi aprovada pela OMS para o uso emergencial. Sobre as grávidas, a organização não recomenda o uso da vacina, a menos que elas sejam profissionais de saúde ou tenham condições que as coloquem em alto risco. Uso emergencial da vacina da Moderna é aprovado pela Comissão Europeia
A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu nesta terça-feira (26) recomendações provisórias para o uso da vacina da Moderna contra a Covid-19 em pessoas com 18 anos ou mais. Entre os tópicos abordados pelo Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização (SAGE, na sigla em inglês) estão o intervalo das doses, público-alvo e quem não deve tomar a vacina.
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Segundo os especialistas, as duas doses da vacina da Moderna podem ser administradas em um intervalo de 28 dias (seis semanas). O intervalo pode ser estendido para 42 dias, em circunstâncias excepcionais.
Sobre as grávidas, a OMS não recomenda o uso da vacina, a menos que elas sejam profissionais de saúde ou tenham condições que as coloquem em alto risco. Kate O’Brien, diretora de imunização da entidade, disse que os ensaios clínicos da vacina são necessários em mulheres grávidas. “Não há razão para pensar que possa haver um problema na gravidez, estamos apenas reconhecendo que os dados não estão lá no momento”.
Também não devem tomar a vacina pessoas com histórico de reação alérgica grave a qualquer componente da vacina e pessoas com menos de 18 anos.
A OMS reforça que a vacina é segura e eficaz em pessoas com condições médicas conhecidas associadas a risco aumentado de doenças graves, como hipertensão, diabetes, asma, doenças pulmonares, hepáticas ou renais, bem como infecções crônicas estáveis e controladas.
A vacina ainda não foi aprovada pela OMS para uso de emergência, mas já foi analisada pela Agência Médica Europeia e, “consequentemente, atende aos critérios da OMS para consideração do SAGE”. Até agora, só a vacina da Pfizer/BioNTech foi aprovada pela organização.
Vacina da Moderna
REUTERS/Eduardo Munoz
Vacina contra novas variantes
A Moderna anunciou na segunda-feira (25) que o imunizante conseguiu neutralizar duas mutações do coronavírus em testes de laboratório. Mesmo assim, uma terceira dose da vacina será testada, e a empresa também trabalha em uma nova vacina de reforço. Os resultados ainda estão em versão prévia, sem revisão por outros cientistas e nem publicação em revista científica.
Os pesquisadores da empresa testaram o soro de pessoas que receberam a vacina contra duas variantes: a B.1.1.7, encontrada no Reino Unido, e a B.1.351, detectada pela primeira vez na África do Sul. Ambas já foram encontradas no Brasil e estão associadas ao aumento da transmissão da Covid-19.
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