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Sono é assunto de destaque no congresso de geriatria

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Sono é assunto de destaque no congresso de geriatria


Apenas o cérebro adormecido é capaz de limpar com eficiência os produtos residuais gerados durante a vigília, afirma pesquisador O sono é um campo de pesquisa relativamente recente. O motivo de só termos tido um aumento significativo de trabalhos sobre o assunto a partir de 2012 foi dado pelo médico Einstein F. Camargos, professor da Universidade de Brasília: “a medicina se dedicava ao dia, como se à noite acontecesse um processo passivo do corpo. No entanto, o cérebro trabalha, e muito, à noite”. Sua aula, “Sono, memória e envelhecimento”, ministrada no XXII Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, reforça o que o blog já abordou em diversas ocasiões. “A insônia interfere em vários domínios cognitivos. Resultado de uma meta-análise de 2020 (quando são agregados estudos independentes sobre uma mesma questão) aponta que dormir menos de seis ou mais de 12 horas aumenta em 30% a chance de demências”, enfatizou.
Insônia: apenas o cérebro adormecido é capaz de limpar com eficiência os produtos residuais gerados durante a vigília
Arek Socha para Pixabay
Segundo Camargos, a neurocientista dinamarquesa Maiken Nedergaard é forte candidata a um Nobel pelo trabalho que mostra a relação do sono com a preservação do cérebro. Ela e sua equipe descobriram um sistema de drenagem do órgão responsável por eliminar resíduos. Para usar uma imagem de fácil compreensão: pense numa espécie de “encanamento” que realiza, no cérebro, função semelhante à do sistema linfático: drenar as impurezas. Seu nome: sistema glinfático, porque atua de forma similar ao linfático, mas é administrado pelas células da Glia.
“Precisamos dormir para limpar as proteínas do espaço extracelular do cérebro, ou elas se agregarão, impedirão o fluxo de fluido e potencializarão a polimerização das fibrilas”, afirmou o PhD, referindo-se às proteínas beta-amiloide, Tau e alfa-sinucleína, que se aglomeram e estão associadas a doenças neurodegenerativas. “Elas estão presentes no fluido extracelular do cérebro e no líquido cefalorraquidiano em concentrações mais altas durante a vigília. A privação de sono aumenta ainda mais esses níveis”, acrescentou.
Com o envelhecimento, os vasos responsáveis por esse fluxo se estreitam, provocando um acúmulo de impurezas. “Isso fecha o quebra-cabeça, as proteínas como a beta-amiloide e a Tau se depositam no cérebro conforme a drenagem vai deixando de funcionar”, explicou. Ao longo da noite, passamos por quatro ou cinco ciclos de sono. O professor chamou a atenção para os estágios Não-REM e REM, onde se dá a consolidação da memória e o descanso – e quando ocorre a “faxina cerebral”. “Entre os 10 e 15 anos, é quando temos os maiores períodos de sono profundo, e quando se dá a maturação cerebral. É tão importante dormir que as sociedades de pediatria já sugeriram às escolas que as aulas deveriam começar mais tarde, para permitir que as crianças consolidem o aprendizado. O incentivo fundamental para o cérebro dormir está na sua própria autopreservação: apenas o cérebro adormecido é capaz de limpar com eficiência os produtos residuais gerados durante a vigília ativa”, ensinou.

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