Taxa de transmissão da Covid-19 fica em 1,20 no Brasil, aponta Imperial College
A estimativa significa que cada 100 pessoas infectadas no país contaminam outras 120. Mutação do coronavírus
JN
Menino de máscara em bicicleta passa em frente a grafite mostrando profissional de saúde injetando seringa de vacina em um coronavírus Sars-CoV-2 em Gaza, no dia 31 de dezembro.
Mohammed Abed / AFP
A taxa de transmissão (Rt) do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no Brasil está em 1,20, aponta o monitoramento do Imperial College de Londres, no Reino Unido, divulgado nesta semana. Isso significa que cada 100 pessoas com o vírus no país infectam outras 120.
O levantamento considera os dados coletados até a segunda-feira (18).
Pela margem de erro das estatísticas, essa taxa pode ser maior (Rt de até 1,27) ou menor (Rt de 0,87). Nesses cenários, cada 100 pessoas com o vírus infectariam outras 127 ou 87, respectivamente.
Na semana passada, o Rt ficou em 1,21, podendo ser de 1,14 a 1,40 pela margem de erro. Em novembro, a taxa de transmissão chegou a 1,30, a maior desde o fim de maio.
Os cientistas apontam que “a notificação de mortes e casos no Brasil está mudando; os resultados devem ser interpretados com cautela”.
Simbolizado por Rt, o “ritmo de contágio” é um número que traduz o potencial de propagação de um vírus: quando ele é superior a 1, cada infectado transmite a doença para mais de uma pessoa e a doença avança.
Colapso em Manaus
Paciente chega ao Hospital 28 de Agosto, em Manaus, em meio a novo surto de Covid-19, na quinta-feira (14).
Michael Dantas/AFP
Esta semana viu um cenário de caos em Manaus – onde a falta de oxigênio fez com que pacientes tivessem que ser transferidos para outros estados. Cilindros com o gás foram doados pela Venezuela.
A tragédia também atingiu outras cidades amazonenses: em Coari, sete pessoas morreram por falta de oxigênio, segundo a prefeitura.
Na quarta-feira (20), o Amazonas registrou mais de 5 mil novos casos de Covid, um recorde; 3,6 mil foram detectados em Manaus. Ao todo, o estado tem 238.980 casos e 6.598 mortes pela doença. Pesquisadores acreditam que a situação amazonense pode ser atribuída, em parte, a uma variante mais contagiosa do coronavírus detectada na região.
No total, o Brasil já perdeu mais de 213 mil pessoas para a Covid-19. Também na quarta-feira, o país registrou o maior número de mortes em um dia desde agosto.
O número de mortes é o segundo maior do mundo – atrás apenas dos Estados Unidos, que perderam mais de 400 mil cidadãos para a doença.
Início da vacinação
Esta semana também marcou o início da vacinação contra a Covid-19 em todos os estados e no Distrito Federal. A CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, já está sendo aplicada em grupos prioritários.
As campanhas foram marcadas, entretanto, por uma série de atrasos e outros problemas de logística, como a falta de insumos. O Brasil precisa de matéria-prima que vem da China para que o Instituto Butantan, em São Paulo, consiga fabricar mais doses da CoronaVac.
Governo de SP prevê receber insumo para 5,5 milhões de doses da CoronaVac na semana que vem
As doses prontas da segunda vacina aprovada pela Anvisa, a vacina de Oxford, também tiveram a previsão de entrega atrasada para março. As doses, que são fabricadas na Índia, deveriam ser entregues neste mês, com distribuição da vacina em fevereiro.
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