Um novo mapa da vida pós-pandemia
O centro de longevidade de Stanford propõe que a alfabetização digital para todos seja uma prioridade Ano passado, o Centro de Longevidade da Universidade de Stanford criou um projeto que batizou de “Novo mapa da vida” e que deveria se estender até 2023. Seu objetivo era buscar um redesenho para o bônus da longevidade: como garantir qualidade para nossa existência estendida em décadas? Para responder a uma questão tão ampla, especialistas começaram a formatar novos modelos de educação e aprendizado contínuo, para manter o cérebro afiado por mais tempo. A idealizar políticas públicas para saúde, moradia e segurança financeira. A propor ações que estimulassem a convivência entre diferentes gerações. Só que a Covid-19 puxou o tapete do mundo. Agora, a iniciativa ganhou um desdobramento, o “Novo mapa da vida: depois da pandemia”.
Membros de comunidade quilombola em São Paulo: alfabetização digital para todos garante mais direitos e oportunidades
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O site que hospeda o filhote do projeto original reúne experts formulando alternativas para reconstruir a sociedade com base em observações que têm feito ao longo da pandemia. As manifestações vão de notas curtas a ensaios, passando por vídeos e poesia, que cobrem um amplo espectro de temas, como negócios, educação e planejamento urbano. O que todas têm em comum: a certeza de que experimentamos mudanças profundas na forma como trabalhamos, aprendemos e socializamos. A premissa desse novo mapa da vida pós-pandemia é de que teremos uma breve janela para reexaminar, rever e redesenhar o ambiente que nos cerca. Selecionei cinco propostas que estão diretamente relacionadas ao envelhecimento:
1) Alfabetização digital para todos: a tecnologia ainda não faz parte do cotidiano de uma enorme quantidade de pessoas, que acabam se tornando cidadãos com menos visibilidade e oportunidades. Os idosos não podem ser deixados para trás nesse esforço.
2) A desigualdade é um caso de saúde pública: o novo coronavírus foi especialmente mortal para os mais pobres e as populações vulneráveis – velhos estão incluídos nos dois grupos. O mundo não pode tolerar tal desequilíbrio.
3) O preconceito contra o idoso fez a pandemia pior: colecionamos histórias, aqui e lá fora, de manifestações abjetas de que a vida dos mais velhos valia menos. Isso não pode se repetir nunca.
4) A telemedicina vai expandir o acesso à saúde: e aí voltamos ao ponto inicial, da importância da inclusão digital para todas as idades.
5) Está na hora de repensar o modelo de instituições de longa permanência para os idosos: mesmo em países ricos, essas residências se mostraram uma armadilha, facilitando a disseminação devastadora do vírus.
Há muito mais, como valorizar e proteger os trabalhadores essenciais; não ignorar a questão das mudanças climáticas e a já óbvia constatação de que investir na prevenção é a melhor opção – o foco das políticas de saúde tem que ser na adoção de um estilo de vida saudável. Contribuições são bem-vindas.