Vacina de Oxford é eficaz contra variante britânica, diz estudo preliminar
Dados apontam que imunizante também protege contra a variante B.1.1.7. O teste ainda está em andamento, mas estimativa de eficácia é de 75% em relação a essa variante. Resultados foram divulgados em versão prévia, sem revisão por outros pesquisadores e nem publicação em revista científica. Profissional de saúde retira dose de frasco da vacina de Oxford para aplicação em Brighton, no sul da Inglaterra, no dia 26 de janeiro.
Ben Stansall/AFP
Pesquisadores da Universidade de Oxford informaram nesta sexta-feira (6) que a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela universidade em parceria com a farmacêutica AstraZeneca é eficaz contra a variante britânica B.1.1.7. Os testes, feitos em laboratório, mostraram uma eficácia estimada de 75%. A vacina de Oxford é uma das aprovadas no Brasil.
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ENTENDA: mutação, variante, cepa e linhagem
Os resultados foram divulgados em versão prévia, sem revisão por outros pesquisadores. Estas são as primeiras descobertas sobre a eficácia do imunizante de Oxford contra novas variantes.
O estudo avaliou voluntários com infecção sintomática e assintomática das fases 2 e 3 dos testes entre outubro de 2020 e janeiro de 2021 e identificaram com qual cepa do coronavírus eles haviam sido infectados após a vacinação.
Os resultados mostraram que os anticorpos neutralizantes gerados pela vacina são mais baixos para a variante, mas a eficácia da vacina é semelhante à da cepa original. “As descobertas sugerem que os títulos de anticorpos neutralizantes são suficientes para fornecer proteção contra a Covid-19”, diz o estudo.
“Os dados de nossos testes da vacina ChAdOx1 no Reino Unido indicam que a vacina não apenas protege contra o vírus pandêmico original, mas também contra a nova variante B.1.1.7, que causou o aumento da doença a partir do final de 2020 em todo o Reino Unido”, disse o investigador-chefe do ensaio da vacina de Oxford, Andrew Polland.
Os pesquisadores não informaram eficácia sobre as variantes sul-africana e brasileira.
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Outros estudos sobre variantes
Nas últimas semanas, a Pfizer e a Moderna anunciaram que suas vacinas contra a Covid-19, ambas com a tecnologia de RNA mensageiro, conseguiram neutralizar duas variantes do coronavírus em laboratório: a britânica (B.1.1.7) e a sul-africana (B.1351 ou 501Y.V2).
A Johnson anunciou que sua vacina, que usa o RNA do coronavírus carregado por outro vírus para dentro do corpo (tecnologia de vetor viral), teve 57% de eficácia contra a variante da África do Sul. O índice foi menor do que o encontrado para outras variantes do vírus, mas acima do mínimo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 50%.
Um outro estudo indicou que duas vacinas chinesas – a BBIBP-CorV, da Sinopharm, e a ZF2001, da Anhui Zhifei Longcom e Academia Chinesa de Ciências Médicas – conseguiram neutralizar a mutação da África do Sul em laboratório.
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