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Agosto foi o mês com menor número de mortes por Covid no ano, apontam secretarias de Saúde

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Agosto foi o mês com menor número de mortes por Covid no ano, apontam secretarias de Saúde


Mês passado registrou 24 mil mortes pela doença, menor número desde dezembro de 2020.Variante delta e vacinação parcial, entretanto, trazem risco de aumento de casos, hospitalizações e, possivelmente, óbitos, na avaliação de especialistas. Coveiros usam equipamento de proteção durante enterro de vítima da Covid-19 em Inhaúma, Zona Norte do Rio, em 29 de julho.
Jorge Hely/Framephoto/Estadão Conteúdo
Agosto foi o mês com o menor número de mortes registradas por Covid-19 em 2021: 24.088 óbitos foram contabilizados pela doença, apontam dados apurados pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias de Saúde do país.
O número é o menor visto desde dezembro de 2020 (veja gráfico abaixo), quando 21.811 óbitos foram registrados.
O número de óbitos registrados em agosto também foi 37% menor do que o total de julho. Considerando a comparação com abril – o pior mês da pandemia no país – a queda nas mortes foi de 70,8%.
Entre julho e agosto, houve queda percentual nas mortes por Covid-19 em todos os estados brasileiros, com exceção do Distrito Federal e de Goiás (veja detalhes mais abaixo).
Nos estados
Dois estados – o Acre e o Amazonas – tiveram, em agosto, o menor número de mortes por Covid-19 desde o início da pandemia. Em março de 2020, foram registrados os primeiros óbitos pela doença no Brasil.
No Acre, foram registrados 15 óbitos em agosto – menor número desde março de 2020, quando o estado não registrou nenhuma morte pela doença. O Acre também teve a maior queda percentual de mortes de todos os estados brasileiros entre julho e agosto: 75,4% (veja tabela). O estado também não registra novas mortes há dois dias consecutivos (veja detalhes sobre a metodologia do consórcio de imprensa mais abaixo).
Mortes por Covid-19/UF
Já no Amazonas, foram registradas 160 mortes no mês passado – o menor número desde março de 2020, quando 3 óbitos foram contabilizados. É uma queda de 1.670% em relação a janeiro de 2021, quando o estado bateu recorde de óbitos pela Covid, com 2.832 registros.
Outros 2 estados – Piauí e Sergipe – registraram, em agosto, o menor número de mortes desde abril de 2020. Já o Rio Grande do Sul viu a menor quantidade de óbitos desde junho de 2020.
Apenas o Distrito Federal e Goiás tiveram aumento percentual nas mortes por Covid-19 entre julho e agosto: de 17,62% e 11,53%, respectivamente. Todos os outros estados registraram queda entre os dois meses.
Variante delta e vacinação incompleta trazem riscos, dizem cientistas
Linha de produção da vacina CoronaVac, contra a Covid-19, no Instituto Butantan, na Zona Oeste da cidade de São Paulo.
MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO
Na avaliação de especialistas ouvidos pelo G1, a variante delta e a vacinação incompleta – com a maioria dos vacinados no país tendo recebido apenas a primeira dose – traz risco de aumento de casos e hospitalizações pela Covid-19 neste mês.
Isso já vem ocorrendo no Rio de Janeiro e deve se repetir no resto país, segundo os pesquisadores. Também é possível que haja aumento de óbitos.
Casos de delta saltam de 6% para 86% no RJ em dois meses, aponta estudo
Para o físico Domingos Alves, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, o país não deverá ter um aumento de mortes em números absolutos de agosto para setembro, mas as tendências de queda vistas nas últimas semanas devem ser revertidas.
“A tendência de alta de óbitos e de casos vai aumentar até meados de setembro, com certeza. Eu não creio que para setembro, ainda, vamos ver o número de óbitos absoluto como houve em agosto e julho, mas nós estamos observando que tem uma queda de óbitos e internações em todos os estados [que] vai modificar em setembro – começou pelo Rio e agora vai para São Paulo. Depois o Sul, Centro-Oeste, Nordeste e Norte”, afirma Alves.
‘Tudo indica que a variante delta vai se tornar dominante no Brasil’, diz pneumologista
A noção de que a situação carioca é um prenúncio para o resto do Brasil é compartilhada por outros cientistas.
“O Rio de Janeiro hoje é como Manaus em janeiro, porque começou a variante gama em janeiro – 14, 15 de janeiro em Manaus –, e o resto do país achando que não ia acontecer. Demorou em torno de 2 meses para ver o resto do Brasil tendo o mesmo padrão”, lembra a epidemiologista Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
“Agora a gente começa no Rio de Janeiro – onde demorou em torno de um mês e meio para [a delta] ser dominante. Muito provavelmente [é] uma questão de tempo, pelo que nós estamos vendo em todos os países e agora no Rio, inclusive pressionando de novo internação, agravamento, leitos, tudo de novo”, completa.
Até 30 de agosto, haviam sido contabilizados, segundo dados das secretarias estaduais repassados ao Ministério da Saúde, 1.970 casos da variante delta no Brasil. Desses, 849 foram no Rio, o equivalente a 43%.
Ethel Maciel lembra, entretanto, que a testagem no Brasil é insuficiente. Isso significa que, provavelmente, há muitas infecções não mapeadas.
“Essa questão de número de casos no Brasil é difícil de estimar – como não tem programa de testagem, a pessoa precisa ir [ao serviço de saúde fazer o teste]”, lembra.
“É um fenômeno parecido com Estados Unidos, Reino Unido e Israel quando a [variante] delta entrou”, diz Domingos Alves. “A diferença [para o Brasil] é que a porcentagem de pessoas vacinadas é muito baixa em relação a esses países”, ressalta Domingos Alves.
Até o dia 30 de agosto, apenas cerca de 29% da população brasileira havia recebido as duas doses ou uma dose única de vacina contra a Covid-19. Os índices mais altos estão em Mato Grosso do Sul (cerca de 44%), São Paulo (37%) e Rio Grande do Sul (35%). Na outra ponta, Maranhão, Amapá e Roraima aplicaram o esquema vacinal completo em apenas 21%, 15% e 13,5% de seus habitantes, respectivamente.
Comportamento dos vacinados com uma dose
Foto mostra praia de Ipanema, no Rio, lotada no dia 22 de agosto.
Bruno Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo
Ainda que apenas a primeira dose da vacina não garanta a proteção contra o coronavírus – principalmente contra a variante delta –, ter recebido uma dose já faz com que as pessoas assumam mais comportamentos de risco, explica Ethel Maciel, inclusive no (não) uso da máscara.
Junto a isso há, ainda, na avaliação da pesquisadora, uma sequência de erros na comunicação dos governos com a população sobre a situação da pandemia no país.
“A pandemia segue sem controle. Tudo precisa ser feito com muita cautela, e essa comunicação – e não só do ponto de vista do governo federal, mas [também] do governo estadual – tem como fim a campanha de 2022. Você coloca vidas em risco, as pessoas acreditam que a pandemia está controlada, que a vacinação no Brasil está maravilhosa”, afirma Maciel.
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“Começou uma corrida entre os estados para ver quem vai baixar faixa etária, como se vacinar com a primeira dose fosse suficiente. É um momento preocupante. As pessoas já não acham que precisam usar máscara. É uma situação complexa, mas está ficando cada vez mais complexa por causa desses erros de comunicação com a população”, afirma.
Ela lembra que, embora a variante delta não pareça, até onde se sabe, causar quadros mais graves de Covid-19, o fato de ela ser mais transmissível faz com que consiga alcançar uma quantidade maior de pessoas. Dessa forma, aumenta a chance de que ela “encontre” alguém que vá desenvolver um quadro grave ou morrer.
Em agosto, a média diária de mortes por Covid-19 (número total de mortes dividido pelo número de dias do mês) foi de 777 óbitos. Em julho, que tem a mesma quantidade de dias, a marca havia sido de 1.232 mortes.
Mas Maciel lembra que, apesar de haver uma nova perspectiva em relação ao mesmo período do ano passado por causa das vacinas, o país ainda registra, todos os dias, um número muito grande de mortes pela doença.
“Também é sempre importante falar que o fato de estarmos chegando em torno de 800 mortes por dia não é algo a comemorar. Estão morrendo 800 pessoas por dia, continua péssimo. Quando a gente via na Itália [em 2020] que estavam morrendo 300 pessoas por dia, era uma catástrofe. E, agora a gente tem 800 pessoas [morrendo] e achamos que ‘está melhorando bastante, estamos ótimos, vamos ter Carnaval'”, diz.
Metodologia
O consórcio de veículos de imprensa começou o levantamento conjunto no início de junho de 2020. Por isso, os dados mensais de fevereiro a maio do ano passado são de levantamentos exclusivos do G1. A fonte de ambos os monitoramentos, entretanto, é a mesma: as secretarias estaduais de Saúde.
Um ponto importante é que o consórcio monitora a data de registro das mortes, e não o dia em que elas ocorreram. Isso significa que mortes registradas em agosto podem ter ocorrido, na verdade, em julho, e assim sucessivamente.
Outra observação sobre os dados é que, em 28 de julho de 2020, o Ministério da Saúde mudou a metodologia de identificação dos casos de Covid e passou a permitir que diagnósticos por imagem (tomografia) fossem notificados. Também ampliou as definições de casos clínicos (aqueles identificados apenas na consulta médica) e incluiu mais possibilidades de testes de Covid.
Desde a alteração, mais de mil casos de Covid-19 foram notificados pelas secretarias estaduais de Saúde ao governo federal sob os novos critérios.
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