Américas devem planejar como 'selecionar, fabricar, pagar e distribuir uma vacina' para que população não espere anos até ser imunizada, diz Opas
Apenas três países, Brasil, México e EUA, registraram 77% de todas as mortes na última semana. Até 13 de julho, todo o continente registrou 6,8 milhões de casos e 288 mil mortes por coronavírus. A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Carissa F. Etienne, afirmou que uma vacina contra o coronavírus pode estar prontas nos próximos meses e que as Américas devem se unir para garantir distribuição e acesso da população.
“Embora medicamentos ou vacinas efetivas estejam disponíveis em alguns meses, é fundamental que trabalhemos hoje para garantir acesso igual a essas ferramentas para salvar vidas e que tenhamos uma estratégia para entregá-las de maneira rápida e segura”, disse Etienne nesta terça-feira (14).
“Devemos olhar ao futuro para planejar como selecionar, fabricar, pagar e distribuir uma vacina”, complementou a diretora da Opas.
A Organização alertou que, sem planejamento, a região poderá levar anos para conseguir distribuir a vacina para todos das Américas.
“Precisamos trabalhar agora para fortalecer a capacidade que nos permitirá alcançar comunidades vulneráveis quando encontrarmos uma vacina bem-sucedida. Caso contrário, pode levar anos para que as pessoas sejam vacinadas e não podemos permitir esse atraso”, disse Etienne.
De acordo com a Opas, que é o escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Américas, das cerca de 150 vacinas que estão em estudo no mundo contra o coronavírus, 20 estão sendo testadas nas Américas.
“Existem 150 vacinas sendo estudadas. 20 já estão sendo testadas em voluntários, com participação de nossos países como Estados, Canadá, Brasil e Argentina”, informou Etienne.
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Ainda nesta terça, a Opas informou que a região das Américas foi responsável por 60% das novas infecções em todo o mundo na última semana.
“Até 13 de julho, tínhamos 6,8 milhões de casos e 288 mil mortes nas Américas. Isso equivale a aproximadamente metade de todos os casos e mortes notificados no mundo. Na semana passada, a região registrou 60% de todos os novos casos e 64% de todas as novas mortes” “, informou Etienne.
A diretora alertou que as mortes estão crescendo em alguns países da América, principalmente no Brasil, México e Estados Unidos.
“O número de pessoas que morrem pela Covid-19 também está subindo, principalmente no Brasil, México e Estados Unidos, que juntos registraram 77% de todas as mortes na última semana e estão enfrentando alguns dos surtos mais mortais do mundo”, alertou Etienne.
América tem 50% dos casos globais
O mundo alcançou novo recorde de novos casos diários de coronavírus esta semana: segundo o relatório da OMS com dados do domingo (12), 230.370 novas infecções foram registradas em apenas 24h. Apenas Estados Unidos e Brasil foram responsáveis por metade desses casos.
“Quase 80% desses casos foram relatados em apenas 10 países e 50% vêm de apenas dois países. Embora o número de mortes diárias permaneça relativamente estável, há muito com que se preocupar”, informou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanon.
Na segunda (13), a América Latina se tornou a segunda região no mundo em números de mortes pelo coronavírus, atrás apenas do continente europeu. O Brasil é o país mais afetado na região.
Em 3 de julho, a América Latina já tinha superado a Europa em número de casos de infeção Covid-19.
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