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Biden elogia operação em Cabul: "É o melhor que podemos oferecer"

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Biden elogia operação em Cabul: "É o melhor que podemos oferecer"

Os três ataques terroristas realizados nesta quinta, 26, em Cabul, no Afeganistão, que provocaram a morte de uma dezena de tropas americanas e mais de 60 civis, elevaram a tensão no Afeganistão – e na Casa Branca – exponencialmente. Com uma crise humanitária, política e militar batendo à porta do governo americano, o presidente Joe Biden convocou uma coletiva. “Ataques terroristas em Cabul já preocupavam os serviços de inteligência. A situação está sendo continuamente atualizada”, disse Biden. “Os militares americanos que deram sua vida hoje são heróis”.

O presidente americano também elogiou a atuação dos Estados Unidos na retirada das tropas do Afeganistão e a evacuação de civis, que vem sendo fortemente criticada. “Essa é a maior operação militar de evacuação feita nos últimos anos e é o melhor que nosso país tem a oferecer”. Biden também afimou que está de “coração partido” pelas famílias que “perderam entes queridos”.

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Mais de vinte pessoas morrreram e outras dezenas ficaram feridas nos três atentados desta quinta. Relatos preliminares apontam que pelo menos doze militares americanos estão entre os mortos e 15 ficaram feridos. Não estão descartados novos ataques, segundo autoridades americanas.

O Estado Islâmico, que dominou dois terços da Síria e do Iraque entre 2014 e 2017, reinvidicou a autoria dos atentados — dois homem-bomba acionaram os detonadores, um frete ao aeroporto e outro na porta de um hotel em Cabul usado para processar pedidos de visto e um terceiro disparou sua arma contra a multidão fora do aeroporto. O Estado Islâmico é um dos 21 grupos fundamentalistas em atuação no Afeganistão – no Iraque, onde o terrorismo fincou raízes após a invasão americana, em 2003, o cenário é semelhante, com várias milícias armadas em seu território.

“Esses grupos podem atuar de forma conjunta ou separadamente”, diz o afegão Sher Jan Ahmadzai, especialista em relações internacionais e políticas públicas que exerce o cargo de diretor do Centro de Estudos Afegãos da Universidade de Nebraska. “Mas não podem ser chamados de inimigos. Além do mais, a unidade de inteligência do Talibã sabe tudo o que se passa no país, inclusive o eventual planejamento de ataques”.

Os atentados levaram diversos países, como a Alemanha e a França, a cancelar as operações de resgate. Os Estados Unidos dizem que vão respeitar a data de 31 de agosto para a retirada definitiva de seus tropas e civis do país, embora a possibilidade de conseguir evacuar os 250 mil afegãos que colaboraram com o país pareça cada vez mais remota. Cidadãos americanos e europeus também seguem presos em Cabul.

O Talibã assumiu o controle da capital no último dia 15, depois de rápida campanha por regiões rurais e várias províncias do país. O grupo fundamentalista islâmico começou a perseguir colaboradores das forças americanas, jornalistas e pessoas que trabalham para ONGs. A operção de evacuação dos Estados Unidos termina no próximo dia 31. Diante das ameaças terroristas, a França decidiu suspender a evacuação nesta sexta. A Bélgica e outros países europeus já cancelaram as missões de resgate em função do aumento do risco de atentados.