Cientista confunde pterodáctilo e acaba descobrindo fóssil de peixe raro; entenda caso
Um pesquisador da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, achou que iria identificar o osso de um crânio de pterodáctilo, mas se surpreendeu. Em um acidente oportuno, ele encontrou restos fossilizados de um peixe do tamanho de um tubarão branco, o maior de seu tipo já encontrado.
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O fóssil encontrado pertence aos celacantos, uma espécie de ‘fósseis vivos’ que ainda nada pelos mares, sobrevivendo à extinção que matou os dinossauros. Os peixes celacantos apareceram pela primeira vez há 400 milhões de anos (para comparação, os dinossauros começaram a aparecer cerca de 200 milhões de anos atrás) e foram considerados como extintos até a descoberta de um celacanto vivo em 1938, na África do Sul.
Quem encontrou um celacanto desta vez foi o professor David Martill, paleontólogo da Escola de Meio Ambiente, Geografia e Geociências. Em um pedido para identificar um grande osso de uma coleção particular em Londres, o professor ficou surpreso ao descobrir que o “osso” era, na verdade, composto de muitas placas ósseas finas.
“As finas placas ósseas eram dispostas como um barril. Apenas um animal tem essa estrutura e é o celacanto”, explicou Martill, que disse que o colecionador ficou desapontado por, no fim das contas, não ter o crânio de um pterodáctilo. “Mas meus colegas e eu ficamos emocionados, porque nenhum celacanto jamais foi encontrado nos depósitos de fosfato de Marrocos!”, comenta.
O professor britânico se juntou ao paleontólogo brasileiro, Dr. Paulo Brito, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, para identificar o fóssil. Brito estuda celacantos há mais de 20 anos e ficou surpreso com o tamanho deste novo espécime, que, pelos cálculos dos cientistas, poderia ter até cinco metros de comprimento. Os raros celacantos encontrados atualmente tem entre um e dois metros.
“Este peixe em particular era enorme, um pouco mais longo do que o comprimento de uma prancha de stand-up e provavelmente o maior celacanto já descoberto”, disse Martill. O fóssil foi encontrado ao lado de um pterodáctilo, o que prova que ele viveu na era Cretácea, há 66 milhões de anos atrás.