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CNPEM marca cerimônia para homenagear um dos 'pais do Sirius', morto em janeiro

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CNPEM marca cerimônia para homenagear um dos 'pais do Sirius', morto em janeiro


Vítima de um câncer, engenheiro e físico Antonio Ricardo Droher Rodrigues liderou a construção do superlaboratório, que teve a primeira linha de luz inaugurada em outubro deste ano. Ricardo Rodrigues observa amostras metálicas no laboratório de materiais do LNLS, em 2014
Julio Fujikawa/LNLS/CNPEM
O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) confirmou nesta segunda-feira (2) a data da homenagem ao engenheiro e físico Antonio Ricardo Droher Rodrigues, um dos “pais” do Sirius, maior projeto científico do Brasil, que morreu em janeiro deste ano, vítima de um câncer de pulmão.
A cerimônia que teve de ser adiada por conta da pandemia do novo coronavírus será realizada na próxima segunda-feira (9), na recepção do superlaboratório que ajudou a construir. Na ocasião, será inaugurada uma placa em homenagem ao cientista
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Ricardo Rodrigues tinha 68 anos e morreu no dia 3 de janeiro, em Campinas (SP). Diagnosticado com câncer em meados de 2019, lutou contra a doença sem deixar de trabalhar, tendo acompanhado a primeira volta de elétrons em todo equipamento e os primeiros testes com luz síncrotron de 4ª geração em dezembro – recentemente, a primeira linha de luz, que já operava em caráter emergencial desde julho, foi inaugurada com a presença do presidente Jair Bolsonaro e aberta a propostas de pesquisas.
Prevista para reunir colegas e amigos do pesquisador, a homenagem será realizada entre 9h e 10h30, e terá transmissão online.
Marcado na história
Ricardo Rodrigues já tinha o seu nome marcado na história da ciência brasileira por ter assumido a liderança técnica do projeto de construção da primeira fonte de luz síncrotron do Hemisfério Sul, entre os anos de 1987 a 1997, no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), que integra o CNPEM.
Depois de um período longe do LNLS, Rodrigues voltou ao CNPEM em 2001 com o convite para participar da construção de uma nova fonte de luz síncrotron do País. Entre 2012 a 2019, coube a ele liderar a equipe que desenvolveu toda a estrutura e soluções para tirar o Sirius do papel.
Sirius: maior estrutura científica do país, instalada em Campinas (SP).
CNPEM/Sirius/Divulgação
Carreira
Ricardo Rodrigues graduou-se em engenharia civil na Universidade Federal do Paraná, em 1974. Entre 1976 e 1979 fez doutorado em Física no King’s College University of London. Foi professor no curso de Física da UFPR, e ali começou as atividades no Grupo de Óptica de Raios-X e Instrumentação (GORXI), depois renomeado para Laboratório de Óptica de Raios-X e Instrumentação (LORXI), ainda em funcionamento na universidade paranaense.
Em 1984, Rodrigues foi convidado a participar do grupo de ótica do Instituto de Física e Química da USP, em São Carlos (SP), e envolveu-se desde o início com o Projeto Radiação Síncrotron, iniciado no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). Foi desse projeto que nasceu o LNLS, implantado em Campinas a partir de 1987.
O equipamento projetado sob coordenação de Rodrigues operou até o final de 2019 e foi desativado com a reta final da construção do Sirius. De acordo com o CNPM, mais de 6 mil pesquisadores utilizaram o acelerador para realizar experimentos científicos.
Ricardo Rodrigues (à esq.) na sala de controle da Fonte de Luz Síncrotron, em 1996
Divulgação/CNPEM
Entenda como funciona o Sirius, o Laboratório de Luz Síncrotron
Infográfico: Juliane Monteiro, Igor Estrella e Rodrigo Cunha/G1
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