Dados iniciais de teste da vacina de Oxford para Covid-19 serão publicados em 20 de julho, diz Lancet
Na manhã desta quarta, jornalista britânico falou de resultados positivos e disse que anúncio poderia sair ainda nesta quinta-feira (16). Revista se posicionou horas depois. Cientista trabalha durante visita do príncipe William, Duque de Cambridge, ao laboratório onde uma vacina contra o novo coronavírus (COVID-19) está sendo produzida, no Hospital Churchill, em Oxford
Steve Parsons/Pool via Reuters
A “The Lancet” informou que irá publicar na próxima segunda-feira (20) os resultados dos testes clínicos da fase 1 da vacina para Covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford.
“Esperamos que este artigo, que está passando por edição e preparação final, seja publicado na segunda-feira, 20 de julho, para divulgação imediata”, disse uma porta-voz da Lancet nesta quarta-feira (15).
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Mais cedo, o jornalista político Robert Peston, da emissora britânica ITV, disse que podem ser anunciadas ainda nesta quinta-feira (16) notícias positivas sobre os testes iniciais da vacina contra a Covid-19 de Oxford e da AstraZeneca.
“Estou ouvindo que em breve vai haver notícias positivas (talvez amanhã) nos testes iniciais da vacina de Oxford para Covid-19, que é licenciada pela AstraZeneca”, escreveu Peston nesta quarta-feira. A revista Lancet se posicionou algumas horas mais tarde.
Peston disse, ainda: “Aparentemente, a vacina está gerando o tipo de resposta de anticorpos e células T (células assassinas) que os pesquisadores esperariam ver (…) Nem todas as vacinas em desenvolvimento em todo o mundo aumentam anticorpos e células T. Mas a vacina de Oxford parece ter esse efeito duplo”.
O projeto já iniciou a fase 3 dos testes em humanos para avaliar como a vacina funciona em um grande número de pessoas, inclusive no Brasil, mas deverá informar nos próximos dias apenas os resultados dos ensaios da fase 1 (veja mais abaixo quais são as fases de uma vacina).
Registro em 2021
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A vacina britânica poderá ter o registro liberado em junho de 2021, de acordo com Soraia Smaili, reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em entrevista à GloboNews.
Ao todo, 50 mil pessoas participam dos testes em todo o mundo, 10% delas no Brasil: 2 mil em São Paulo, 2 mil na Bahia e outras 1 mil no Rio de Janeiro. O Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) da Unifesp coordena a aplicação da vacina em São Paulo, que começou em junho com voluntários da área da saúde.
“Com a quantidade de pessoas que estão recebendo a vacina no mundo, é possível que tenhamos resultados promissores no início do ano que vem e o registro em junho”, afirma Soraia Smaili, reitora da Unifesp.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou a vacina de Oxford como a mais adiantada no mundo e, também, a mais avançada em termos de desenvolvimento. Um dos centros que testa essa vacina é coordenado por uma brasileira, a cientista Daniela Ferreira, doutora pelo Instituto Butantan.
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Mais de 160 vacinas contra Covid em testes
De acordo com a OMS, há 163 vacinas sendo testadas contra o coronavírus, sendo que 23 delas estão na fase clínica, que é o teste em humanos. Os números são do balanço da organização com dados até 14 de julho.
As etapas de produção de uma vacina envolvem 3 fases:
Fase 1: avaliação preliminar com poucos voluntários adultos monitorados de perto;
Fase 2: testes em centenas de participantes que indicam informações sobre doses e horários que serão usados na fase 3. Pacientes são escolhidos de forma randomizada (aleatória) e são bem controlados;
Fase 3: ensaio em larga escala (com milhares de indivíduos) que precisa fornecer uma avaliação definitiva da eficácia/segurança e prever eventos adversos; só então há um registro sanitário
Embora os estudos avancem em todo o planeta, o prazo de 12 a 18 meses para liberação é considerado um recorde. A vacina mais rápida já criada, a da caxumba, levou pelo menos quatro anos para ficar pronta.
Outra hipótese contra a qual todos os pesquisadores lutam é a de que uma vacina efetiva e segura nunca seja encontrada. O vírus do HIV, que causa a Aids, é conhecido há cerca de 30 anos, mas suas constantes mutações nunca permitiram uma vacina.
*Com informações da agência Reuters.
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