Embaixada americana alerta para manifestações em capitais brasileiras
A embaixada dos Estados Unidos emitiu um alerta nesta sexta-feira, 3, a respeito das manifestações previstas para o dia 7 de setembro no Brasil.
O comunicado orienta cidadãos a evitar áreas de protestos, já que mesmo as manifestações que prometem ser pacíficas podem ter confronto. “Nós encorajamos você a procurar a mídia local para mais informações, além de avisos de trânsito”, diz o informe.
Entre as ações a ser tomadas, estão: ter cuidado nas proximidades de grandes protestos e se inscrever no Programa de Inscrição Smart Traveler (STEP) para receber alertas e facilitar a identificação da própria localização em caso de emergência. Cidadãos americanos também podem ter mais informações na página da embaixada e nas redes sociais.
Vale lembrar que o governo de São Paulo decretou ponto facultativo na próxima segunda-feira, 6 de setembro.
Entenda as manifestações
As manifestações marcadas para a data, são, principalmente, dedicadas ao apoio ao presidente Jair Bolsonaro – que enfrenta queda contínua nos índices de popularidade. Bolsonaro afirmou que discursará pela manhã na manifestação de Brasília e, à tarde, irá a São Paulo, onde pretende fazer um discurso mais longo na Avenida Paulista, que deve concentrar o maior contingente de apoiadores do presidente no 7 de setembro.
No mesmo dia, no Vale do Anhangabaú, também na região central da capital paulista, grupos contrários a Bolsonaro também farão uma manifestação.
O governo de São Paulo havia proibido o ato contra Bolsonaro no dia 7 de setembro por receio de que houvesse confronto com apoiadores do presidente e argumentando que os grupos contrários a ele marcaram protestos para o dia 12 de setembro. Entretanto, uma decisão liminar do Tribunal de Justiça do Estado assegurou a realização da manifestação contrária a Bolsonaro.
Os atos marcados para o dia 7 de setembro serão acompanhados com lupa em meio a uma escalada de ataques de Bolsonaro e de seus apoiadores ao Supremo Tribunal Federal e a falas recentes do presidente, por exemplo, a de que poderia atuar fora das quatro linhas da Constituição para conter o que chama de excessos da corte, especialmente dos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
Além disso, a possibilidade da participação de policiais militares nos atos pró-Bolsonaro também é vista com preocupação. Doria recentemente afastou do comando de um batalhão de policiamento do interior do Estado um coronel da PM paulista que fez convocações em suas redes sociais para os atos a favor de Bolsonaro. Policiais militares são proibidos por lei de participarem ou realizarem manifestações políticas.
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