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Empréstimo para PMEs: quando é um bom negócio?

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Empréstimo para PMEs: quando é um bom negócio?

Por Paula Bazzo, planejadora financeira

Como mentora em um projeto que tinha a intenção de apoiar pequenos empreendedores a passarem pela turbulência e reinvenção que as “portas fechadas” e incertezas futuras impunham, atendi mais de 500 pessoas entre abril e outubro e, nessas trocas, um questionamento frequente rondava as conversas: devo ou não pegar um empréstimo? Com a taxa de juros baixa, não é um bom negócio? A maior parte das perguntas decorriam de uma situação de escassez de caixa ou de medo faltar em pouco tempo.

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Recordo do Gustavo, um empreendedor do sul do país, que vendia insumos para confeiteiros, me explicando que, tão logo iniciou a pandemia, contratou um empréstimo por segurança, caso acontecesse algum problema de diminuição de vendas.

O medo dele era real. Existia mesmo a possibilidade de redução de faturamento de acordo com o modelo de negócio que ele tinha naquele momento. Contudo, por mais que ele fosse extremamente racional e estivesse munido com argumentação plausível, uma parte do medo dele o cegou.

Em um outro momento ele teria feito as contas e entendido, sozinho, que não era um bom negócio. Afinal, a contratação de um empréstimo desencadeia imediatamente, ou poucos meses depois, no caso de ter carência, uma obrigação de pagamento da prestação mensal que dura mais tempo que o recurso que solicitou. Essa prestação passa a ser uma obrigação fixa que a empresa não tinha antes e, parte considerável do que seria lucro do negócio irá pagar os juros destinado à remuneração do empréstimo.

Não quero dizer aqui que empréstimo é necessariamente um vilão para o seu negócio. Naturalmente, não precisar contar com valores emprestados costuma ser mais interessante, já que pequenas e médias empresas não têm os mesmos incentivos fiscais que uma empresa de grande porte costuma ter ao contratar recursos de terceiros.

Entenda a motivação para o empréstimo

Mas na hora de contratar um empréstimo para a sua empresa há duas grandes perguntas a serem respondidas de forma sincera:

  • Por que estou pegando este empréstimo?
  • O que vou fazer com esse dinheiro?

Ao questionar-se “por que”, é preciso perceber se o montante será destinado ao pagamento de contas passadas, em decorrência de um fluxo de caixa mal organizado ou, talvez, valores de vendas subprecificados. O problema deste tipo de situação, é que se não houver a correção do motivo que leva à ausência de capital de giro, chances são de que em pouquíssimo tempo será necessária nova contratação.

Além disso, antes de sair pedindo mais dinheiro, que tal revisar as contas e ver onde é possível diminuir custos? Quem sabe vender equipamentos que não servem mais ou que estão superdimensionados e, assim, angariar algum capital a mais para a sua empresa? O que é lixo para você, pode ser uma mina para outra pessoa. E uma atenção especial também deve ser dada ao excesso de estoque, que representa dinheiro parado na empresa.

Em casos mais graves, será que o motivo do empréstimo é para financiar um custo de vida incoerente do empreendedor, que não está querendo abrir mão de um determinado estilo de vida no momento de adversidade, acaba usufruindo do caixa da empresa para isso? Não por acaso existe o ditado “dono rico, empresa pobre”.

O que fazer?

A intenção de uso do recurso deveria caminhar por reflexões do tipo: de que forma o valor que estou pegando em empréstimo irá gerar expansão no meu faturamento? Como posso usar este recurso para gerar mais vendas?

Portanto, muito mais do que se questionar se vale ou não a pena pegar um empréstimo, é importante refletir se você usará os recursos de forma estratégica para gerar valor para o seu negócio.

E sobre Gustavo, da nossa história, olha a coincidência: quando eu decidi escrever este texto para a coluna, ele fez contato comigo. Só assim pude saber que ele conseguiu repensar de forma estratégica o uso do recurso que pegou em empréstimo. Direcionou o valor para melhorar o seu e-commerce e me contou que as vendas online passaram a representar 45% do seu faturamento atual, sendo que no ano passado, quando nos falamos, não chegava a 10%. Temos aqui um final feliz!

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