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Estudo preliminar sugere que Manaus pode ter alcançado imunidade de rebanho contra a Covid-19, com até 66% da população infectada

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Estudo preliminar sugere que Manaus pode ter alcançado imunidade de rebanho contra a Covid-19, com até 66% da população infectada


Cientistas alertam, entretanto, que análise foi feita em um banco de doadores de sangue, que não necessariamente representa toda a população da cidade. Pesquisa ainda está em prévia e não passou por revisão de outros cientistas, etapa necessária para que seja publicada em revista científica. Paciente é transportado em Manaus, uma das cidades mais atingidas pelo coronavírus
Bruno Kelly/Reuters
iCientistas brasileiros estimam que a imunidade de rebanho contra a Covid-19 foi alcançada em Manaus, que pode ter até 66% da sua população infectada pelo Sars-Cov-2. A pesquisa avaliou a presença de anticorpos em mais de 6,3 mil amostras retiradas de bancos de sangue.
Cientistas brasileiros estimaram, em um estudo ainda não publicado em revista científica, que Manaus pode ter alcançado a imunidade de rebanho contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2), com até 66% da população manauara tendo desenvolvido anticorpos para o vírus. Os cientistas alertam, entretanto, que chegaram à conclusão depois de analisar amostras de um banco de doadores de sangue, que não necessariamente representa toda a população da cidade.
A pesquisa, que ainda precisa passar por revisão de outros cientistas, é de 34 autores de várias faculdades da USP, incluindo a Faculdade de Medicina, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e da Escola de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos, além de outras fundações no Amazonas, em São Paulo e nos EUA. A versão prévia do estudo foi divulgada em um repositório on-line na segunda-feira (21).
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O percentual de 66% é o máximo considerado pelos cientistas; o mínimo da população que desenvolveu anticorpos é estimada por eles em 44%. A estimativa inferior não considera as pessoas que podem tê-los desenvolvido, mas que tiveram resultados de testes negativos (os falsos negativos) ou em quem os anticorpos foram detectados, mas, depois, não mais. (Já se sabe que os anticorpos para o Sars-CoV-2 podem desaparecer depois de um tempo).
Segundo os pesquisadores, a elevada taxa de mortalidade na região e a rápida queda no número de novos casos sugere que a população da capital do Amazonas pode ter alcançado a imunidade de rebanho – situação na qual um número suficiente de pessoas em um determinado lugar já foi infectado ou imunizado contra uma doença e consegue evitar a circulação dela. (No caso do sarampo, por exemplo, é necessário que 95% da população esteja vacinada para que o vírus causador da doença não consiga mais circular, mas o sarampo é mais contagioso do que a Covid-19).
Quando a imunidade de rebanho acontece, mesmo aquelas pessoas que não podem ser vacinadas – no caso de doenças para as quais existe uma vacina – ficam protegidas.
Para a pesquisadora Ester Sabino, autora sênior do estudo e professora da Faculdade de Medicina da USP, o percentual estimado na pesquisa de pessoas que desenvolveram os anticorpos, de 66% das pessoas de Manaus, é compatível com modelos iniciais, que apontavam que, para que começasse a haver queda nas contaminações, era necessário que entre 60% e 70% de uma população tivesse contato com o vírus.
Na pesquisa, entretanto, os autores alertam que não há consenso sobre qual deve ser o percentual mínimo de pessoas infectadas para que a imunidae de rebanho seja alcançada para a Covid-19.
Sabino também lembra que, se houvesse uma tentativa de se alcançar a imunidade de rebanho de forma geral e os números de Manaus fossem vistos em São Paulo, por exemplo, a capital paulista possivelmente teria três vezes mais mortes do que tem hoje.
“Se em São Paulo tivesse acontecido a mesma coisa, e se corrigisse pela faixa etária [dos moradores], teriam morrido três vezes mais pessoas”, afirma a cientista da USP. A população de São Paulo é mais velha do que a de Manaus.
O consórcio de veículos de imprensa – do qual o G1 faz parte –, que levanta os dados sobre mortes e casos de coronavírus no Brasil, aponta que a cidade de São Paulo tinha, até segunda-feira (21), 12,3 mil mortes causadas pela Covid-19. Já Manaus registrava 2,46 mil mortes.
A população paulistana é, entretanto, quase 7 vezes maior que a manauara, mas o número de mortes em São Paulo não chega a ser 7 vezes maior que em Manaus, e, sim, 5.
Limitações
Os pesquisadores avaliaram 6.316 amostras de sangue colhidas pela Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas entre os dias 7 de fevereiro e 19 de agosto. O diagnóstico da infecção buscou a presença de anticorpos do tipo IgG para o coronavírus.
Na prévia do artigo, os cientistas ponderam que os doadores de sangue representam uma amostra limitada da população de Manaus: em primeiro lugar, crianças e idosos não podem doar.
Essa dúvida, sobre o nível de representatividade do estudo, é levantada também pelo professor Fernando Barros, das universidades federal e católica de Pelotas, no Rio Grande do Sul (UFPel e UCPel, respectivamente).
“A dúvida sempre é: esses doares representam a população de Manaus? Doadores de sangue são pessoas jovens, tem muito doador de sangue de serviço público – bombeiro, policial, trabalhadores de saúde. Não se sabe se essa população não tem uma prevalência maior [de anticorpos] que a população geral de Manaus”, lembra.
Doação de sangue em hospital do Amazonas
Girlene Medeiros / G1 AM
Barros afirma ainda que a imunidade de rebanho indicaria que o vírus não estaria mais circulando entre as pessoas. “Se Manaus tivesse imunidade de população, não ia ter uma segunda onda como alguns dados de hospital estão indicando”, pondera. “Pode ser 66% [porcentagem com os anticorpos], mas continua havendo gente suscetível e gente indo para o hospital”.
A cientista Ester Sabino avalia que, teoricamente, a porcentagem encontrada traz a estimativa de que cerca 30% da população ainda esteja suscetível à Covid-19.
“As pessoas podem se infectar? Podem, mas provavelmente vai ser em formato menor. Mas isso depende de quanto tempo dura essa imunidade. Hoje, a chance de ter uma grande epidemia como a que teve no começo do ano é pouco provável”, avalia.
Na pesquisa, os cientistas avaliaram a presença de anticorpos do tipo IgG para o coronavírus. Ig é a sigla para imunoglobulina, um tipo de anticorpo produzido pelo sistema imunológico contra um agente invasor. Nesse caso, de classe G – que identifica se um paciente teve infecção anterior, pelo menos 3 semanas antes do exame, e está possivelmente imunizado.
Medidas para conter disseminação
A queda dos novos casos em Manaus não está relacionada, apenas, à possível imunidade coletiva, ponderam os pesquisadores. Eles reforçam que “medidas não farmacológicas”, como o distanciamento social e o uso de máscaras, podem também ter contribuído com o controle da epidemia no Amazonas.
Mas a pesquisadora Ester Sabino, da USP, autora sênior do estudo, avalia que as medidas para conter a disseminação do vírus, que foram semelhantes em Manaus e em São Paulo, não foram tão eficazes na capital amazonense.
“Aparentemente, no papel, pelo menos, foram muito parecidas, mas depende de como a população compreende”, avalia. “Não consegue entender só pelas medidas por que não funcionou. No papel, é muito parecida com São Paulo, é muito difícil saber. As pessoas provavelmente ficaram em casa, mas circularam próximo de casa”.
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