Estudo que confirma 1º caso de reinfecção de Covid-19 nos EUA é publicado em revista científica
Um homem de 25 anos foi infectado duas vezes em um intervalo de 48 dias. Segundo a pesquisa, a segunda infecção foi mais grave. Reprodução em 3D do modelo do novo coronavírus (Sars-CoV-2) criada pela Visual Science
Reprodução/Visual Science
Um estudo que confirma o primeiro caso de reinfecção por Covid-19 foi publicado na revista científica “The Lancet Infectious Diseases”. A descoberta dos pesquisadores já tinha sido divulgada no fim de agosto, mas as evidências de reinfecção por SARS-CoV-2 ainda não tinham sido avaliadas por outros pesquisadores da área.
O estudo analisa o caso de um homem de 25 anos que foi infectado em dois momentos, em um intervalo de 48 dias. A segunda infecção foi mais grave, resultando em internação com suporte de oxigênio.
Essa é a quinta confirmação de reinfecção em todo o mundo, de acordo com os pesquisadores. Os outros casos ocorreram na Bélgica, Holanda, Hong Kong e Equador. Entretanto, apenas o caso de reinfecção do Equador apresentou sintomas mais graves do que a primeira infecção. A pesquisa não considerou os relatos de reinfecção investigados no Brasil.
Especialista explica que reinfecção pela Covid-19 é rara até o momento, mas possível
O estudo
Após testar positivo para SARS-CoV-2 em abril de 2020, o morador de Reno, no estado de Nevada, testou negativo para o vírus em duas ocasiões distintas. Em junho de 2020, após apresentar sintomas graves de Covid-19, incluindo febre, dor de cabeça, tontura, tosse, náusea e diarreia, ele foi hospitalizado e testou positivo pela segunda vez.
BRASIL: Estudo da USP que aponta reinfecção por coronavírus em SP é publicado em revista científica
“Ainda há muitas incógnitas sobre as infecções pelo SARS CoV-2 e a resposta do sistema imunológico, mas nossas descobertas sinalizam que uma infecção anterior pelo vírus pode não necessariamente proteger contra infecções futuras”, disse o principal autor do estudo Mark Pandori.
Os autores levantaram algumas hipóteses para explicar a gravidade da segunda infecção, como uma versão mais virulenta do SARS CoV-2, uma dose muito alta do vírus que causou uma reação mais aguda ou uma infecção simultânea de ambas as cepas do vírus. Além disso, há uma possibilidade muito pequena de infecção contínua envolvendo alguma forma de desativação/reativação do vírus.
Casos de reinfecção não são comuns, mas as pessoas que já se infectaram precisam continuar se cuidando. “Indivíduos que testaram positivo para SARS CoV-2 devem continuar a tomar as precauções quando se trata do vírus, incluindo distanciamento social, uso de máscaras faciais e lavagem das mãos”, alertou Pandori.
“Precisamos de mais pesquisas para entender quanto tempo a imunidade pode durar para pessoas expostas ao SARS CoV-2 e por que algumas dessas segundas infecções, embora raras, estão se apresentando como mais graves”, disse Pandori. “Até agora, só vimos um punhado de casos de reinfecção, mas isso não significa que não haja mais, especialmente porque muitos casos de Covid-19 são assintomáticos. Agora, só podemos especular sobre a causa da reinfecção.”
VÍDEOS: Novidades sobre a vacina contra a Covid-19
Initial plugin text