Estudo sugere 'imunização cruzada' para a Covid em voluntários da Alemanha
Pesquisadores avaliaram a presença de linfócitos T reativos ao Sars-Cov-2 em um pequeno grupo de pacientes que não tiveram contato com o vírus; descoberta pode explicar porque a doença atua de forma diferente em cada pessoa. Foto microscópica mostra célula humana sendo infectada pelo Sars Cov-2, o novo coronavírus
NIAID/Nasa/Arquivo
Alguns indivíduos que não foram infectadas pelo novo coronavírus podem estar protegidos de uma infecção, mesmo sem uma vacina. É o que sugere um estudo publicado na quarta-feira (29) pela revista “Nature”, que analisou a formação de células T reativas em pacientes saudáveis.
Esse mecanismo de defesa, em alguns pacientes, apresentou familiaridade com o vírus. Isso sugere que o sistema imunológico de algumas pessoas estaria mais preparado para combater a Covid-19 que de outras. Para chegar a essa conclusão, os cientistas analisaram amostras de sangue de 68 voluntários na Alemanha – eles não haviam sido expostos ao Sars-Cov-2.
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Ao menos 35% dos participantes tinham, em seu organismo, células T reativas ao coronavírus. É assim que são chamadas as células capazes de reconhecer e combater este invasor. Segundo os pesquisadores, essas células teriam adquirido uma “memória” para o vírus a partir de infecções anteriores, é o que eles chamam de “imunização cruzada”.
Memória de defesa
As células T, ou linfócitos T, são um tipo de célula cujo principal objetivo é identificar e matar patógenos ou células infectadas. Elas fazem isso usando proteínas em sua superfície, que se ligam a proteínas na superfície dos “invasores”.
Cada linfócito T é altamente específico — existem trilhões de versões possíveis dessas proteínas na superfície, que podem reconhecer alvos diferentes.
Como as células T podem permanecer no sangue por anos após uma infecção, elas também contribuem para a chamada “memória de longo prazo” do sistema imunológico e permitem uma resposta mais rápida e eficaz quando há nova exposição a um antigo inimigo.
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