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Estudo traz novas evidências sobre impacto do coronavírus no sangue

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Estudo traz novas evidências sobre impacto do coronavírus no sangue


Descobertas podem contribuir para o estabelecimento de novas terapias para pacientes em casos graves. O excesso de coagulação no sangue pode causar trombose, infartos ou embolia pulmonar
John Cairns/University of Oxford via AP
Um estudo publicado na “Blood”, principal revista científica internacional na área de hematologia e coagulação, traz novas informações sobre o impacto do novo coronavírus no sangue.
Liderado pelo Instituto Oswaldo cruz (IOC/Fiocruz) e pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a pesquisa ajuda a entender uma das complicações mais graves e frequentes observadas em pacientes com Covid-19 hospitalizados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
Embora afete principalmente os pulmões, a Covid-19 também pode alterar os processos de coagulação sanguínea nos casos graves. Quando isso acontece, há uma coagulação exagerada que forma agregados de células do sangue e proteínas chamados de trombos. Os trombos podem interromper a circulação do sangue, causando trombose, infartos ou embolia pulmonar.
“Nosso estudo se dedicou a entender como, nestes pacientes, o vírus interfere nas etapas iniciais da cascata de processos que deflagram a coagulação.”, sintetiza Eugênio Hottz, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e primeiro autor do trabalho.
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Durante o estudo, os pesquisadores analisaram e compararam amostras de sangue e do trato respiratório de pessoas assintomáticas, pacientes com manifestações leves e de quadros graves que precisaram ser internados em unidades de terapia intensiva (UTIs). Também foram incluídas amostras de voluntários saudáveis para comparação.
As diferentes amostras foram analisadas utilizando técnicas de citometria de fluxo e de microscopia para identificar quais alterações poderiam ser observadas nas plaquetas e na cascata de ativação de fatores que levam à coagulação.
De acordo com os experimentos, nos pacientes com formas graves de Covid-19 houve aumento na ativação das plaquetas e foi observada uma forte agregação entre plaquetas e monócitos, células que atuam na defesa contra infecções – o que não ocorreu nas amostras dos pacientes com manifestações leves ou nos casos assintomáticos.
Imagens mostram diferença na agregação entre plaquetas e monócitos de uma pessoa saudável e um paciente com caso grave de Covid-19
Divulgação/Fiocruz
Duas moléculas que atuam fortemente neste processo de adesão entre plaquetas e monócitos foram mapeadas: moléculas CD62P e αIIb/β3.
Além disso, foi constatado que a ativação das plaquetas induz os monócitos a expressarem uma proteína, chamada de fator tecidual, o que inicia todo o processo de coagulação.
“Nossos resultados indicam que a ativação das plaquetas e sua associação com monócitos, com formação de agregados plaquetas-monócitos, são importantes para o disparo da coagulação sanguínea”, afirma a pesquisadora Patricia Bozza, chefe do Laboratório de Imunofarmacologia do IOC e coordenadora do estudo.
Tanto os níveis de ativação plaquetária quanto os níveis de expressão do fator tecidual nos monócitos estiveram diretamente associados à gravidade do quadro clínico e ao prognóstico da doença nos pacientes acompanhados, com maior possibilidade de evolução para ventilação mecânica e também para óbito naqueles com maior ativação.
O acompanhamento dos níveis de ativação plaquetária de pacientes internados pode servir como uma espécie de “sinalizador” de que o caso pode evoluir para uma forma grave da doença.
Além disso, a partir do conhecimento das moléculas envolvidas na adesão entre plaquetas e monócitos durante a infecção pelo coronavírus, medicamentos já disponíveis para inibição de plaquetas podem vir a ser testados como alternativas terapêuticas.
“Nossos resultados mostram que ocorre ativação de plaquetas nos casos graves de Covid-19. Ainda não sabemos se a ativação das plaquetas causa agravamento do quadro ou se esta ativação é apenas mais um dos muito processos envolvidos na infecção pelo vírus. De qualquer modo, monitorar a ativação das plaquetas como um marcador para indicar um potencial de agravamento já é uma conclusão obtida na bancada do laboratório que pode vir a ser adotada no manejo clínico”, Eugênio resume.

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