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Geekonomy: O que leva pessoas a se estapearem por cartinhas de Pokémon?

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Geekonomy: O que leva pessoas a se estapearem por cartinhas de Pokémon?

Por Cauê Madeira

O que um homem que usa uma corda presa no topo de um prédio e quebra uma janela para efetuar um roubo e uma briga de quatro contra um homem armado no estacionamento de uma loja de departamentos têm em comum? Além de serem cenas dignas de um filme de ação, ambas as situações têm como protagonista o mesmo personagem: cards colecionáveis.

O primeiro caso ocorreu em março, no Japão, quando um homem de 28 anos foi preso sob a acusação de roubo e invasão após escalar um prédio e forçar a entrada em uma loja para roubar cartas colecionáveis das franquias Yu-Gi-Oh e Pokémon. Segundo a polícia, o rapaz surrupiou 80 cartas que representavam um valor de 1 milhão de ienes (algo em torno de R$ 55 mil reais).

O segundo caso foi uma briga violenta no estacionamento de uma loja da rede Target, no estado americano de Wisconsin, reportada no início de maio por um jornal local. A reportagem indica que quatro pessoas foram presas por terem agredido um homem, que sacou uma arma para se defender, tudo por conta de um desentendimento sobre a compra e posse de card games.

A alta demanda pelos cards colecionáveis ​​de Pokémon vem causando problemas reais para varejistas americanos. Duas grandes lojas dos Estados Unidos – Target e WalMart – retiraram temporariamente os pacotes de cartas de seus pontos de venda físicos, citando como motivo as preocupações com a segurança de seus clientes.

Você já deve ter ouvido falar das cartas colecionáveis de Pokémon. Sim, aquele famoso título dos desenhos animados e dos games há anos é também um hit de vendas em formato de card. Trata-se, na verdade, de um jogo – que inclusive conta com campeonatos no mundo todo – e que de tempos em tempos lança novas coleções, com novas cartas. Assim, muitas impressões se tornam raridades e acabam sendo vendidas por um valor muito elevado.

Os itens colecionáveis, lançados originalmente em 1996, voltaram a fazer ainda mais sucesso durante os últimos anos, amplificando sua relevância durante a pandemia. Uma caixa de cards lançados em 1999 recentemente foi vendida por US$ 408 mil em um site de leilões. Verdadeiro item de colecionador, a caixa seguia lacrada desde seu lançamento, há mais de 20 anos. Algumas imagens mais raras de cartinhas individuais já chegaram a ultrapassar o valor unitário de US$ 300 mil no Ebay. Existe um grande mercado de especulação e busca pelos cartões.

Logan Paul, um youtuber que mora em Los Angeles e conta com mais de 23 milhões de seguidores, tem alcançado números estrondosos de visualização em seu canal com vídeos no estilo “unboxing” de packs e caixas de Pokémon Trading Card Game.

O frisson em torno dos itens colecionáveis e sua valorização monetária acaba acarretando em alguns comportamentos duvidosos e, como visto aqui, até mesmo criminosos. No Reino Unido, por exemplo, o McDonalds considera limitar o número de Happy Meals (o nosso McLanche Feliz de lá) que cada pessoa pode comprar, somente porque o kit vem acompanhado de uma carta do jogo. Algumas pessoas nos EUA até começaram a rasgar caixas de cereais na gôndola para levar os valiosos pacotes de cartas de Pokémon.

Comprar cards novos lá fora tem sido um desafio. Com o mercado de revenda tão aquecido, conseguir cartas novas se tornou uma verdadeira caça. Aí está o motivo da briga no estacionamento e dos comportamentos criminosos relatados. A Pokémon Company, responsável pelo jogo, já anunciou que está procurando soluções para imprimir e reabastecer os pontos de venda com mais agilidade.

Enquanto isso, se você quiser ficar rico com cartas colecionáveis – por sua conta e risco – há vários tutoriais no YouTube que descrevem a prática minuciosamente. Mas tome cuidado, o jogo é para crianças, mas a procura e a caça pelos itens virou coisa de gente grande.

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