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Governo da Indonésia tenta impedir um 'baby boom' pós-confinamento: 'Senhores, aguentem'

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Governo da Indonésia tenta impedir um 'baby boom' pós-confinamento: 'Senhores, aguentem'


País espera até 500 mil nascimentos a mais do que a média. Homens indonésios resistem ao uso da camisinha. 29 de junho – Convidado dentro de um carro acena para a noiva e o noivo durante cerimônia de casamento que implementa medidas de distanciamento social, em Tangerang, na Indonésia
Fajrin Raharjo/AFP
Na Indonésia, a contagem regressiva começou. Nove meses após a chegada do coronavírus ao arquipélago, espera-se um “baby boom” que preocupa o planejamento familiar no quarto país mais populoso do mundo. No entanto, há alguns meses, o país tenta fazer o possível para combater a gravidez indesejada.
“Senhoras, não engravidem”, “senhores, esperem.”
No interior das Ilhas Bangka Belitung, esses pedidos feitos pelo setor de planejamento familiar, por meio de um alto-falante, ecoam nas ruas, mas parecem não serem ouvidos nos quartos.
Até o final de 2020, a Indonésia espera entre 370.000 e 500.000 nascimentos acima da média anual de 4,8 milhões de bebês. Embora as causas do baby boom sejam fáceis de adivinhar, é difícil combatê-lo, explica Dwi Listyawardani, diretor de controle de natalidade da Planned Parenthood.
“O governo pediu às pessoas que ficassem em casa, que trabalhassem em casa, se pudessem, o que aumentou muito a interação entre maridos e esposas e pode levar à gravidez. Além disso, a equipe do hospital teve que priorizar pacientes com coronavírus e as pessoas foram instruídas a não ir ao hospital sem uma emergência”, explica ele.
Em março e abril, por exemplo, o setor de planejamento familiar registrou 10% menos demanda por anticoncepcionais, o que representa de 2 a 3 milhões de pessoas.
Mas além dos hospitais sobrecarregados, com, em média, apenas três leitos de terapia intensiva por 100.000 habitantes, Dwi Listywardani menciona dificuldades de atendimento de demandas locais de planejamento familiar.
O uso de anticoncepcionais recai sobre as mulheres, enquanto os homens indonésios ainda são muito resistentes aos preservativos, que são mais acessíveis em tempos de crise do que tratamentos hormonais e pílulas. Metade das mulheres indonésias, de acordo com dados do segmento de planejamento familiar, usam injeções mensais de hormônio, desde que hospitais e clínicas estejam abertos.
2 de julho – Funcionário com máscara protetora e escudo facial caminha dentro de um trem, em Jacarta, na Indonésia
Willy Kurniawan/Reuters
Para tentar amenizar essa explosão demográfica aguardada para daqui a dois ou seis meses, a Indonésia não poupou meios, propondo, por exemplo, em 29 de junho, Dia Nacional da Família, a distribuição de um milhão de anticoncepcionais por todo o país.
A família com dois filhos
Mas por que o quarto país mais populoso do mundo estaria tão preocupado com esse aumento repentino de gestações não planejadas? Dwi Listyawardani não precisa de motivos para justificar essa política de controle de natalidade, mostrando um quadro sombrio para as famílias que teriam dado à luz no momento do coronavírus.
“No contexto atual”, explica ele, “a desnutrição pode causar problemas para o desenvolvimento da criança, uma gravidez não planejada também pode levar a um aumento da violência doméstica, uma interrupção da economia familiar e, finalmente, um aumento da taxa de mortalidade de mulheres que fazem abortos”. Na Indonésia, o aborto só é possível em casos de estupro ou gravidez perigosa para a mãe.
Mas talvez a maior preocupação esteja em outro lugar e exija analisar a questão há algumas décadas atrás. Criado entre as décadas de 1960 e 1970, o setor de planejamento familiar indonésio logo teve objetivos ambiciosos em termos de controle de natalidade, com o ideal de uma família com dois filhos e uma redução planejada de 50% dos nascimentos em 20 anos. Menos bocas para alimentar é considerada uma das chaves da decolagem econômica da Indonésia.
Risco de pobreza
Vendedoras com máscara se preparam para abrir loja de roupas em Jacarta, na Indonésia
Achmad Ibrahim/AP
E é com esse sonho de prosperidade e desenvolvimento que o atual presidente, Joko Widodo, conseguiu ser eleito em 2014 e reeleito em 2019, com o melhor argumento de campanha sendo o resultado de seu primeiro mandato: crescimento anual de cerca de 5% apesar de diversos desastres naturais e 880.000 pessoas que saíram da pobreza somente em 2019.
Mas a maratona indonésia que começou há muitas décadas com o objetivo de passar de um país em desenvolvimento para um desenvolvido parece ter sido fatalmente interrompida pela pandemia de coronavírus, o que pode causar de 1 a 4 milhões de “novos pobres”, estimam as autoridades.
E entre aqueles a quem havia sido prometido pelo governo Joko Widodo a saída da pobreza, estariam principalmente crianças, incluindo o objetivo declarado de reduzir pela metade a nanismo infantil, principalmente devido à desnutrição, em um prazo de quatro anos. Uma meta ambiciosa, e que está sendo prejudicada mais do que nunca pelos efeitos do coronavírus.
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