LIVE Mercado mais maduro prevê crescimento de venture capital no Brasil
As tendências e oportunidades sobre o ecossistema de investimentos no Brasil estiveram na pauta da live realizada hoje na Bússola. Sob a moderação do jornalista Rafael Lisbôa, o debate reuniu autoridades no assunto como o sócio e fundador da RedPoint Eventures, Anderson Thees; o sócio e fundador da Monashees, Eric Acher; e o sócio e CMO da Pipeline Capital, Pyr Marcondes.
Em pouco mais de uma hora de encontro, os especialistas traçaram um panorama atualizado sobre as movimentações no mercado de private equity e venture capital no Brasil e detalharam como o setor tem aquecido a economia nacional. Foi uma oportunidade para entender melhor as complexidades desse mundo de cifras bilionárias e como a pandemia acelerou o processo de evolução digital do segmento.
“Temos visto um amadurecimento forte. Vivemos um momento especial dessa indústria. Uma breve avaliação dos últimos cinco anos, nos mostra um crescimento de dez vezes nessa área e, olhando para a frente, a certeza é que teremos mais dez vezes de crescimento em pouco tempo”, afirmou Anderson Thees.
Ainda segundo o especialista, há cerca de cinco anos, o Brasil vivia o mito de que o empreendedor brasileiro queria criar grandes empresas e destacou como as empresas foram influenciadas para quebrar esse paradigma. “Há vários cases de sucesso, como o da 99, mostrando que não há motivos para temer e empreender”, afirmou.
A urgência para suprir as demandas do setor de números superlativos e o potencial no Brasil também entraram em discussão. “Há alguns anos não havia indicação clara do desenvolvimento deste mercado no país. Víamos uma movimentação tímida no mercado latino americano mas, por aqui, o empreendedorismo não parecia uma carreira viável. Foi preciso uma dose de confiança na nossa intuição para apostar na revolução empreendedora, tecnológica e do capital de venture capital”, disse Acher.
Ainda segundo o executivo, a soma de fatores como a percepção de que o Brasil era um terreno fértil para essa onda de inovação, o avanço dos recursos tecnológicos e o mercado de venture capital como parceiro de longo prazo, foram suficientes para investir no segmento e fomentar a atuação de empreendedores de alto impacto.
“Hoje temos um ecossistema mais rico e mais profundo, tanto em termos de qualidade de empreendedores e de empresas, mas ainda estamos nos primeiros minutos do jogo. Sabemos que haverá ciclos mais desafiadores e crises como a pandemia e que esses soluços vão continuar acontecendo, mas a tendência é absurdamente positiva.”
À frente da Pipeline Capital, o jornalista Pyr Marcondes detalhou a dimensão desse universo de negócios no Brasil. “Mapeamos 580 organizações e desenhamos uma vitrine dessa evolução. O que chama atenção é o boom do mercado de venture capital e principalmente a sofisticação desse ecossistema, que vai continuar acontecendo”, percepção acompanhada por Thees. “No momento em que o mercado internacional de capitais observar mais atentamente o retorno positivo da entrega das companhias que estão atuando de forma séria, os investidores internacionais dos fundos virão com força para o Brasil.”
Segundo Acher, quando o assunto é inovação e soluções tecnológicas, as adversidades estão relacionadas principalmente ao produto antes e depois de lançado.
“Empresas movidas pela transformação digital precisam reduzir esses riscos antes do lançamento, investindo em experimentações. O uso de tecnologia tem que resolver as dores do mercado com eficiência”.
Como não poderia deixar de ser, a pandemia também entrou em pauta.
“Hoje vejo mais oportunidades que desafios. A pandemia motivou transformações das empresas digitais. A gente tinha um mercado que investia em soluções digitais, mas o fato é que a pandemia trouxe todo mundo para esta realidade high tech. Ainda temos incertezas do quanto isso vai expandir, mas a perspectiva é muito boa”, disse Thess.
“Somos ótimos pensadores lineares e péssimos pensadores exponenciais. A gente não consegue visualizar um crescimento exponencial e ele está acontecendo agora. Um exemplo é o smartphone. Um computador foi para a mão das pessoas e, se elas não tivessem esse tipo de acesso mobile, o impacto da covid na população seria muito diferente”, afirmou Acher.
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