a
Todos os direitos reservados 2023
Cardoso Advogados Associados
.
CNPJ 24.723.912/0001-50

9:00 - 18:00

Abrimos de Segunda - Sexta.

(21) 3189-6625

Aguardamos pelo seu contato

Search
Menu

Mortes por Covid em julho de 2021 superam as de julho de 2020, pior mês do ano passado

Cardoso Advogados Associados > Covid  > Mortes por Covid em julho de 2021 superam as de julho de 2020, pior mês do ano passado

Mortes por Covid em julho de 2021 superam as de julho de 2020, pior mês do ano passado


Antes de terminar, este mês já viu 33.660 mortes registradas por Covid – número maior do que os de janeiro e fevereiro, mas 59% abaixo de abril, pior mês da pandemia até aqui. Tendência foi de queda na maior parte dos dias deste mês. Foto mostra túmulos de pessoas que morreram de Covid-19 no cemitério Parque Tarumã, em Manaus, no dia 7 de julho de 2021.
Bruno Kelly/Reuters
O Brasil registrou, do dia 1º de julho até esta terça-feira (27), 33.660 mortes pela Covid-19, segundo dados apurados pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias de Saúde do país.
Mesmo com queda em relação aos últimos meses, o número já é maior do que o de julho de 2020 – pior mês da pandemia no ano passado –, que teve 32.912 mortes (veja gráfico abaixo).
Na média móvel, as mortes no país vinham em tendência de queda até o dia 22. Desde o dia 23, entretanto, vêm mostrando estabilidade (veja detalhes mais abaixo).
Veja algumas observações sobre os números:
O número de mortes visto neste mês é, até agora – considerando apenas os dados parciais –, 39% menor do que o de mortes em junho.
Considerando a comparação com abril, a queda nas mortes é, até agora – de novo com levantamento parcial – de 59%. Abril foi o pior mês da pandemia no Brasil.
Especialistas fazem alerta
Para a epidemiologista Lucia Pellanda, da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), a queda nas mortes é um efeito positivo da vacinação – como outros especialistas já haviam apontado no início do mês – mas a reabertura e a retomada de atividades ainda estão sendo feitas antes da hora.
“Essa parece uma lição muito explícita que o vírus quer nos ensinar e a gente se recusa a aprender – a gente sempre flexibiliza antes da hora. Tanto no Brasil quanto globalmente. O grande risco é que, quando começa a melhorar, a gente começa a liberar tudo antes da hora. Todas as vezes aconteceu isso: cada descenso de pico a gente liberou antes da hora e acabou ficando num patamar alto”, alerta.
Ela lembra que, nos países ricos – onde não há falta de vacinas, como no Brasil, e a cobertura vacinal é maior – para a pesquisadora, o que há agora é uma “epidemia dos não vacinados”. Nos Estados Unidos, por exemplo, o Centro de Controle de Doenças (CDC) voltou a recomendar o uso de máscaras.
“A gente precisa de vacinação mais os cuidados – que é distanciamento, máscara, ventilação. Como isso foi muito flexibilizado, a gente está com uma transmissão muito descontrolada. Qual o risco? Surgimento de novas variantes”, alerta Pellanda. “Vacina é uma coisa maravilhosa, mas a gente precisa de vacina e comportamento, cuidados, e cuidados coletivos”.
A opinião de Pellanda é compartilhada pela também epidemiologista Ethel Maciel, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
“A gente na verdade tá cometendo o mesmo erro: lembra que, nesse período do ano passado, os governos estaduais acharam que a pandemia estava controlada – que inclusive a gente já tinha imunidade de rebanho? Que o pior já tinha passado?”, recorda Maciel.
A epidemiologista explica que, em relação a 2020, o único fator novo que o Brasil tem no combate à pandemia é a vacina. Outras estratégias, entretanto – como testar e fazer a vigilância genômica do vírus, para monitorar o surgimento de novas variantes – não têm sido adotadas.
“A única coisa diferente que foi acrescentada nessa estratégia foi a vacinação. Só que a gente tem, efetivamente, menos de 20% de pessoas vacinadas com o esquema completo. E a gente já sabe que essa variante delta tem um impacto nas pessoas que tomaram uma dose só. Então, vamos colocar nossa realidade: a gente tem mais de 80% das pessoas sem vacina ou com uma vacinação muito parcial”, lembra.
Ela critica o fato de taxas de ocupação de leitos de UTI estarem sendo usados para medir a situação da pandemia – como os índices estão baixos, há a crença de que há “mais espaço para as pessoas adoecerem”.
Com a reabertura neste momento, entretanto, há o risco de surgimento de novas variantes, aponta Maciel – e de mais casos, internações e óbitos.
“Nós achamos que isso não vai acontecer – é um tipo de pensamento mágico, porque a gente acha que não vai acontecer aqui: primeiro a pandemia não ia chegar, depois a segunda onda não ia ter, e aconteceu a mesma coisa aqui. Agora, a gente está vendo o que está acontecendo com a variante delta – estamos vendo o que está acontecendo com países que têm percentual de vacinados maior do que o nosso, e a gente não acredita”, alerta.
Para o pesquisador Paulo Nadanovsky, do Instituto de Medicina Social (IMS) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), prever o cenário dos próximos meses é complexo. Segundo uma projeção dele, o Brasil teria pouco mais de 64 mil mortes no segundo semestre – se tivesse 100% da população vacinada.
O próprio professor reconhece, entretanto, que isso “dificilmente” vai ocorrer. Mas faz ressalvas: o número de mortes em idosos deve continuar a cair, por exemplo, porque a cobertura vacinal vem aumentando.
PARANÁ: Com avanço da vacinação, proporção de mortos por Covid com mais de 60 anos cai de 81% para 36% no Paraná
Além disso, ainda são necessários dados como a efetividade das diferentes vacinas em evitar mortes pela Covid – e também informações conforme a faixa etária.
“Entre os idosos, 100% estão vacinados. Para a gente refinar essa estimativa, tem que ver a distribuição de vacinados e de não vacinados na população em diferentes faixas etárias – e a efetividade da vacina, principalmente a CoronaVac. Agora tem a AstraZeneca, muito usada também, e as outras – o quadro ficou mais complexo para se fazer uma estimativa”, diz.
Lucia Pellanda, da UFCSPA, concorda com a avaliação do pesquisador da Uerj.
“Acho que, se a vacinação continuar nesse ritmo, a gente vai ter queda sim [de mortes]. Mas tem dois cenários possíveis: ou a gente descuida total, começa a aglomerar, começa a ter os eventos com mais gente, e aí espalha mais [o vírus] e desenvolve uma nova variante, ou a gente – no cenário mais otimista – mantém os cuidados mais a vacinação e consegue controlar a doença. Eu não sei como prever, porque depende diretamente do nosso comportamento”, aponta.
Nadanovsky acrescenta que o percentual de vacinados na população como um todo está aumentando.
“Se continuar nesse ritmo, é possível que, em pouco tempo, a gente tenha um percentual altíssimo, mesmo não idosos, vacinados”, diz.
Uma característica é favorável para o Brasil, diz Nadanovsky: a baixa hesitação vacinal no país.
“A gente aqui, felizmente, diferentemente de países como EUA e até Inglaterra, não temos um movimento antivacina muito forte. Provavelmente vai chegar, tendo a disponibilidade das vacinas, a um percentual muito alto de vacinados logo – provavelmente mais rapidamente do que esses países, onde você tem uma parcela grande que rejeita vacina.
Média móvel
A média móvel das mortes no Brasil vinha apresentando queda até o dia 22 em relação aos 14 dias anteriores. Desde o dia 23, parou de cair e vem apresentando estabilidade.
Mas o que significa isso?
A média móvel de um determinado período é calculada do mesmo jeito que a média, mas muda a cada dia conforme o valor daquele dia é considerado no cálculo.
Por exemplo: de 21 a 27 de julho, o Brasil registrou as seguintes quantidades diárias de mortes por Covid-19:
21/07: 1.388
22/07: 1.444
23/07: 1.286
24/07: 1.080
25/07: 499
26/07: 587
27/07: 1.320
Se essas quantidades forem somadas (7.604 mortes ao todo) e divididas pela quantidade de dias (7), chega-se a uma média móvel de cerca de 1.086 mortes diárias no dia 27 de julho em relação às duas semanas anteriores (conforme gráfico abaixo):
Média móvel de mortes em 27/07/2021
Arte G1
Ao comparar a média móvel do dia 27 com a do dia 14 (14 dias antes), a diferença entre elas é de cerca de 15% – esse número é considerado uma estabilidade no número de mortes (entenda no vídeo abaixo).
Entenda como funciona a média móvel em casos do novo coronavírus
A média móvel serve para contrabalançar números muito diferentes de mortes registradas em fins de semana e feriados, por exemplo – quando tende a haver atraso nas notificações por causa do plantão das equipes de saúde.
Metodologia
O consórcio de veículos de imprensa começou o levantamento conjunto no início de junho de 2020. Por isso, os dados mensais de fevereiro a maio do ano passado são de levantamentos exclusivos do G1. A fonte de ambos os monitoramentos, entretanto, é a mesma: as secretarias estaduais de Saúde.
Um ponto importante é que o consórcio monitora a data de registro das mortes, e não o dia em que elas ocorreram. Isso significa que mortes registradas em julho – principalmente no início do mês – podem ter ocorrido, na verdade, em junho, e assim sucessivamente.
Outra observação sobre os dados é que, em 28 de julho de 2020, o Ministério da Saúde mudou a metodologia de identificação dos casos de Covid e passou a permitir que diagnósticos por imagem (tomografia) fossem notificados. Também ampliou as definições de casos clínicos (aqueles identificados apenas na consulta médica) e incluiu mais possibilidades de testes de Covid.
Desde a alteração, mais de mil casos de Covid-19 foram notificados pelas secretarias estaduais de Saúde ao governo federal sob os novos critérios.
Veja VÍDEOS sobre vacina:

No Comments

Sorry, the comment form is closed at this time.