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Novo caso de doença próxima da varíola intriga autoridades e cientistas no Alaska

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Novo caso de doença próxima da varíola intriga autoridades e cientistas no Alaska


Segundo pesquisadores, desde a erradicação da varíola humana, em 1977, foram descobertos diversos vírus do gênero Orthopoxvirus que causam infecções em humanos e animais domésticos. A e B: lesões da paciente em julho e agosto de 2015; C, D e E: imagens microscópicas do vírus
Oxford University
Autoridades do Estado americano do Alaska identificaram o segundo caso de uma doença causada por um novo vírus que pertence ao mesmo gênero daquele que causa a varíola – os Orthopoxvirus.
A origem da infecção ainda intriga pesquisadores e autoridades da área de saúde. Estima-se que ela seja transmitida por alguma espécie de roedor selvagem, mas não se sabe qual nem como.
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O primeiro sintoma da paciente, diagnosticada em agosto, foi uma lesão acinzentada no braço esquerdo, cerca por um eritema (uma inflamação ruborizada da pele). Depois surgiram adenopatia (aumento dos gânglios linfáticos), dor no ombro, fadiga e febre noturna. A lesão praticamente se curou depois de seis semanas, e a área lesionada virou uma cicatriz.
A paciente não deixou o Estado nos últimos três anos, e nenhum de seus familiares próximos viajou para fora do país recentemente. Ninguém de sua família desenvolveu sintomas como ela. Não há evidências de que a doença passe de uma pessoa para outra.
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A família tem dois gatos, que costumam capturar pequenos roedores no entorno da residência, mas a paciente disse não ter tido contato com nenhum desses animais mortos.
Seus filhos também costumam levar para casa carcaças de esquilos que caçam com arma de ar comprimido na região.
As autoridade de saúde também analisaram dezenas de objetos pessoais para saber se a transmissão pode ter ocorrido por contato com algo contaminado, mas nada foi encontrado.
A análise de mais de uma dezena de animais encontrados nas redondezas também não trouxe novas pistas.
Febre e fadiga
O primeiro caso dessa nova doença, batizada por virologistas de Alaskapox (alusão ao nome em inglês da varíola, Smallpox), foi descoberto em 2015.
Uma moradora da cidade de Fairbanks apareceu com uma pequena úlcera de bordas esbranquiçadas cercada por eritema, além de febre e fadiga. Foram seis meses até que a lesão chegasse ao fim.
Nenhuma das duas pacientes precisou ser hospitalizada.
Estima-se que existam diversas variações desconhecidas de poxvírus circulando entre mamíferos na América do Norte.
Não está clara ainda qual é a gravidade da doença.
Segundo pesquisadores, desde a erradicação da varíola humana (Variola virus), em 1977, foram descobertos diversos vírus do gênero Orthopoxvirus que causam infecções em humanos e animais domésticos.
A primeira vacina da história, aliás, foi desenvolvida pelo médico britânico Edward Jenner no fim do século 18 a partir do uso do vírus da varíola bovina (Cowpox virus) para gerar imunidade nas pessoas contra a varíola humana. Até ser erradicada, a varíola humana matou quase 300 milhões de pessoas no século 20, segundo estimativas.
De acordo com boletim divulgado pelo órgão de epidemiologia do Alaska, pelo que se conhece de outros poxvírus, a principal hipótese é que o Alaskapox virus circule entre uma ou mais espécies de mamíferos que vivem no interior do Estado, e que humanos são contaminados por essa zoonose apenas raramente.
Apesar da distância de cinco anos entre eles, os dois únicos casos da doença ocorreram em áreas com floresta entre o meio e o fim do verão, período do ano em que há um pico na população de mamíferos e em que os humanos passam mais tempo ao ar livre.
Por ora, segundo as autoridades, a avaliação é de que a doença tem impacto limitado na saúde pública, principalmente porque não há evidência de transmissão entre humanos.
Como a rota de transmissão não está clara, o órgão recomenda que as pessoas tomem os cuidados básicos adotados para qualquer tipo de animal selvagem: não os toque, não se aproxime, não os alimente e lave as mãos regularmente.
O alerta serve também para que médicos da região possam identificar eventuais casos da doença, e incrementem a pesquisa sobre a incidência, os fatores de risco e o espectro da doença.
Pessoas que tiverem lesões parecidas devem manter as feridas secas e cobertas e não compartilhar qualquer item com familiares até o diagnóstico completo.
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