Opas diz que não irá se manifestar sobre vacina russa até OMS revisar documentos de produção do imunizante
A Organização da saúde também informou nesta terça (11) que pandemia está avançando sobre o Caribe e América Central e lamentou o Brasil ter passado a marca dos 100 mil mortos por coronavírus. Cientista durante a pesquisa por uma vacina contra a Covid-19 em São Petesburgo, na Rússia, em 11 de junho de 2020
Anton Vaganov/File Photo/Reuters
Ao ser questionada sobre o registro da Rússia de uma vacina contra o coronavírus nesta terça-feira (11), a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) informou que não irá se posicionar até a Organização Mundial da Saúde (OMS) revisar os documentos produzidos pelos cientistas russos.
“OMS precisa revisar todos os dados [do governo russo]. Só depois dessa revisão é que será possível dizer que a vacina é eficaz”, informou do médico brasileiro Jarbas Barbosa, membro da Opas.
“A Opas só tomará uma posição dessa ou de qualquer outra vacina depois da análise da OMS”, disse.
O médico lembrou que, antes de ser registrada nos órgãos de saúde, qualquer vacina precisa passar pelas três fases dos testes clínicos. “Há todo um processo de revisão técnica”, disse.
“Para que uma vacina seja recomendada pela OMS e que seja adquirida pelo nosso fundo rotatório de vacinas, ela precisa ser pré-qualificada pela OMS, e para isso ela tem que revisar qualidade e eficácia da vacina”, disse Barbosa.
Segundo Barbosa, a OMS está em contato com autoridades russas para analisar os documentos produzidos durante o desenvolvimento e os testes da vacina.
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Pandemia avança na América Central
A diretora da Opas, Carissa F. Etienne, alertou nesta terça-feira (11) que a pandemia está avançando sobre os países da América Central e Caribe.
“Estamos vendo uma expansão de casos na América Central. Esta semana, Belize relatou o maior número de novos casos da Covid-19 [desde o começo da pandemia no país]. No Caribe, a República Dominicana relatou mais casos do que todas as outras nações insulares juntas”, alertou Carissa F. Etienne.
A diretora lembrou que esta semana o Brasil ultrapassou a marca de 100 mil mortos pela Covid-19.
“Em 10 de agosto, mais de 10,5 milhões de casos e mais de 390 mil mortes pela Covid-19 foram relatados em nossa região, com os Estados Unidos relatando cerca de 5 milhões de casos e o Brasil relatando mais de 100 mil mortes”, informou Etienne.
Tratamento com plasma
Dois estudos no Reino Unido estão testando se o plasma é ou não eficaz. Opas ainda não recomenda.
Getty Images
A Opas alertou nesta terça que o tratamento com plasma sanguíneo com anticorpos da Covid-19 não tem benefícios comprovados pela ciência.
“Não existe evidência suficiente para falar de seus benefícios e riscos. Sua eficácia está sendo investigada ainda em vários ensaios clínicos”, disse o diretor da Opas, Sylvain Aldighieri.
O diretor explicou que o tratamento com plasma sanguíneo com anticorpos de um determinado vírus e utilizado para algumas doenças, como o Ebola, na África. No caso do coronavírus, contudo, como ainda não há comprovação científica, a Opas não recomenda.
“[Tratamento com plasma] Não faz parte do tratamento principal para Covid-19 que estamos recomendando na Opas”, esclareceu Aldighieri, lembrando que ainda não há nenhum medicamento e tratamento comprovado contra o vírus.
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