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Pele de tilápia será usada para tratar animais com feridas e queimaduras no Hospital Veterinário de Uberaba

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Pele de tilápia será usada para tratar animais com feridas e queimaduras no Hospital Veterinário de Uberaba


Técnica desenvolvida pela Universidade Federal do Ceará será ensinada a profissionais do HVU; tamanduá-bandeira está entre os animais que serão tratados com técnica no fim de novembro. Técnica para uso da pele de tilápia foi desenvolvida no Ceará
Viktor Braga/UFC
A equipe do Hospital Veterinário de Uberaba (HVU) vai receber de 27 a 29 de novembro um treinamento para o uso de pele de tilápia no tratamento de animais com feridas ou queimaduras. A capacitação será feita pela pesquisadora, médica-veterinária, Behatriz Odebrecht Costa, da Universidade Federal do Ceará, onde a pesquisa foi desenvolvida. O estoque inicial de pele disponibilizado é de 30 unidades, suficientes para o atendimento de até 15 pacientes.
O treinamento contará com palestras teóricas sobre o tratamento e cinco sessões práticas com a aplicação de pele de tilápia liofilizada – quando o produto é desidratado, irradiado e embalado a vácuo – em um tamanduá-bandeira, um gato, um cão e um equino.
“Em função do aumento do número de queimadas no Brasil nessa época seca, muitos animais tiveram problemas sérios de queimaduras e estes pesquisadores trazem uma tecnologia avançadíssima de recuperação desses animais com o uso de pele de tilápia”, disse o pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão da Uniube, André Fernandes.
“Em parceria com a 5ª Companhia de Polícia Militar de Meio Ambiente e do 8º Batalhão do Corpo de Bombeiros Militar, o HVU tem resgatado animais silvestres recentemente com queimaduras na região do Triângulo Mineiro, devido aos incêndios, que foram os maiores nos últimos três anos. Por isso, esta capacitação é muito interessante, por se tratar de uma tecnologia brasileira de baixo custo, mas de eficiência comprovada em animais e até em seres humanos. As parcerias entre instituições de ensino demonstram que o caminho é sempre compartilhar tecnologia que irá ajudar os animais e os seres humanos”, disse o gerente clínico do HVU, médico-veterinário e professor universitário Cláudio Yudi.
Veado-catingueiro teve ferimentos por queimadura nas quatro patas, onde recebeu as peles de tilápia
Felipe Rocha/Divulgação
Pela da tilápia: um curativo biológico
A pele de tilápia é rica em colágeno, que protege a superfície da pele e impede a perda de água, diminuindo a chance de infecções. É uma barreira biológica que não precisa ser trocada diariamente e muito útil no tratamento de animais silvestres, que não podem ser manipulados todos os dias.
“Além da eficácia como curativo biológico para queimaduras, o produto também já foi testado com êxito no tratamento de veias varicosas e em cirurgias ginecológicas. Destaque para um procedimento inédito no mundo, a utilização da pele do peixe na reconstrução vaginal e em cirurgias de redesignação sexual. Com o dobro de colágeno em relação à pele humana, o produto melhora a cicatrização e evita infecções e perda de líquidos e de proteínas em feridas e queimaduras. A pele também está sendo testada internamente no corpo humano, como válvula cardíaca, vasos, telas para hérnia, prótese mamária, tendões, levantamento de útero e de bexiga, entre outros”, contou o coordenador da pesquisa, o cirurgião-plástico Edmar Maciel.
Pata de tamanduá-bandeira com pele de tilápia
Felipe Rocha/Divulgação
Menos dor para o paciente
Outra grande vantagem da pele de tilápia é que a remoção dela só ocorre após a completa cicatrização, evitando as dores agudas provocadas pela troca diária de curativos. Além do Brasil, a técnica foi testada nos Estados Unidos, em 2018, durante incêndios na Califórnia. “Para nós, é uma grande satisfação desenvolver um produto que possa trazer mais conforto para um paciente com algum tipo de ferimento, diminuindo a dor e o número de trocas de curativos. A minha expectativa com este treinamento é que seja dado para estes animais uma alternativa de tratamento eficaz e menos dolorosa, principalmente para aquelas lesões que têm a cicatrização mais difícil e demorada”, disse a pesquisadora Behatriz Odebrecht.
A pesquisa, iniciada com o tratamento de queimaduras em humanos, já engloba 12 áreas da medicina, além da veterinária e da odontologia. Sob a coordenação do cirurgião-plástico Edmar Maciel, presidente da ONG Instituto de Apoio ao Queimado, a pesquisa conta com 242 colaboradores, está presente em sete países: EUA, Alemanha, Holanda, Colômbia, Guatemala, Argentina e Equador; e em oito estados brasileiros: PE, RS, GO, SP, RJ, PR, MG e CE;. Já ganhou em primeiro lugar 16 prêmios, foi objeto de 24 artigos em publicações nacionais e internacionais e participou de dois projetos de pesquisa em parceria com a Nasa.

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