PF deflagra operação que investiga possível desvio de R$ 22 milhões na Saúde do RJ
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Os recursos teria sido desviados por meio de pagamento de dívidas inscritas na modalidade “restos a pagar”
Agência Brasil/Arquivo
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira a Operação KickBack, que investiga suposto esquema criminoso que teria desviado em torno de R$ 22 milhões da pasta de Saúde estadual do Rio de Janeiro. Os recursos, de acordo com a PF, eram desviados por meio de pagamento de dívidas inscritas na modalidade “restos a pagar” nos cofres fluminenses. Essa investigação corre perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Estão sendo cumpridos, neste momento, mandados em quatro cidades: Rio de Janeiro, Niterói e Nova Iguaçu, no Rio, e de Juiz de Fora, em Minas. São dez mandados de busca e apreensão, dois mandados de prisão preventiva, a imposição de medidas cautelares diversas da prisão e a indisponibilidade de bens dos investigados, detalhou a PF, sendo todos eles autorizados pelo STJ. A PF não forneceu nomes dos alvos.
Segundo apuração, uma Organização Social (OS) que atuaria nas cidades de Juiz de Fora e Rio de Janeiro recebeu cerca de R$ 280 milhões em dívidas inscritas em “restos a pagar” em troca de pagamento de propina de 13% sobre o valor quitado.
De acordo com investigações policiais, esse valor daria prioridade à Organização Social no recebimento dos recursos, tendo em vista a complicada situação financeira em que se encontra o Estado do Rio de Janeiro, com possibilidade de nem todas dívidas serem quitadas, lembrou a PF em seu informe.
A PF informou ainda que a OS teria pago cerca de R$ 50 milhões a um escritório de advocacia. O escritório, por sua vez, repassou mais de R$ 22 milhões para pessoas físicas e jurídicas ligadas ao operador financeiro identificado nas Operações Placebo e Tris In Idem. Essas ações foram deflagradas esse ano e também tinham como alvo supostos esquemas de desvios na área da saúde, sendo que essa última culminou no afastamento do então governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), em 28 de agosto, autorizado pelo STJ.
O trabalho na ação de hoje conta com a participação de 40 policiais federais. O nome da operação foi dado em razão do termo utilizado por um colaborador para designar o pagamento de propina no esquema identificado.
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