Safra: com retirada do forward guidance, BC pode antecipar elevação da Selic
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Confira análise de especialistas do Banco Safra sobre a decisão de ontem, 20, o futuro da taxa de juros e a inflação no país Copom manteve a Selic em 2% ao ano na última reunião, dia 20
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a Selic em 2,00% ao ano nesta quarta-feira, 20, mas retirou de sua comunicação a “prescrição futura” (forward guidance), um compromisso com o patamar de juros baixos no curto prazo.
Enquanto a expectativa de manutenção da taxa de juros era quase unanimidade no mercado, a eliminação do forward guidance era menos certa, destacam especialistas em macroeconomia do Banco Safra.
Os analistas do Safra ressaltam que, desde a última reunião do Copom, o cenário de inflação apresentou algumas mudanças importantes, com perspectivas altistas concentradas principalmente no curto prazo.
Na avaliação dos economistas, a eliminação do forward guidance era uma possibilidade, mas não o cenário base, por conta das incertezas da economia na virada do ano e do papel de sinalização da prescrição futura em relação à importância do compromisso do governo com o atual regime fiscal.
Expectativas de inflação
Na avaliação do Copom, uma das três condições para a manutenção do forward guidance deixou de existir: as expectativas de inflação, assim como as projeções de inflação de seu cenário básico, deixaram de estar suficientemente abaixo da meta.
O Safra destaca a observação do BC de que, além disso, as medidas de inflação subjacente estão “acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta”.
Como reforçado no comunicado da decisão de ontem, o fim do forward guidance não implica mecanicamente elevação de juros e “a conjuntura econômica continua a prescrever, neste momento, estímulo extraordinariamente elevado frente às incertezas quanto à evolução da atividade”.
Dessa maneira, os especialistas do Safra reconhecem que, com a deterioração do cenário de inflação, o aperto da política monetária pode ser antecipado em relação ao seu cenário base, que considerava o primeiro ajuste em agosto, apesar do risco ainda elevado de prolongamento da pandemia. Na próxima semana, a ata da reunião trará mais detalhes sobre essa discussão.
Uma eventual deterioração das contas públicas em resposta à evolução da pandemia pode levar ao início do ciclo de alta já na próxima reunião, aponta o Safra, assim como a persistência com o desconforto do Copom em relação às medidas subjacentes de inflação. Caso contrário, esperar até o segundo trimestre de 2021 parece ser o cenário mais provável, segundo os analistas.
Atividade ainda enfrenta elevada incerteza
O Copom destacou ainda que, embora a atividade econômica tenha surpreendido positivamente no final do ano passado, permanece um elevado nível de incerteza olhando à frente, tanto pelo fim do auxílio emergencial como pelo recrudescimento da pandemia nas últimas semanas.
Com relação às pressões inflacionárias de curto prazo por conta da elevação de preços das commodities e da taxa de câmbio, embora a avaliação ainda seja de que os choques sejam temporários, o Copom admite que esses têm se revelado “mais persistentes do que o esperado”.
Além disso, o Comitê observou que “as diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se em níveis acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação”.
Projeções do BC para inflação
As projeções do Comitê para a inflação no cenário básico, com trajetória para a taxa de juros extraída da pesquisa Focus e taxa de câmbio partindo de R$ 5,35 por dólar, e evoluindo segundo a paridade do poder de compra (PPC), situam-se em torno de 3,6% e 3,4% para 2021 e 2022 respectivamente (com Selic em 3,25% em 2021 e 4,75% em 2022). Esses resultados se mostram em linha com as mais recentes simulações do Safra.
Conforme a análise dos especialistas do Safra em seu último relatório semanal, a inflação projetada pelo BC para 2021 nessa reunião pode ser maior (3,6%) do que a prevista (3,4%) e, portanto, mais próxima da meta de 3,75% para o ano.
Essa consideração, aponta o Safra, deve ter pesado na decisão do Copom de retirar o forward guidance pois, como sinalizaram, as “condições deixaram de ser satisfeitas já que as expectativas de inflação, assim como as projeções de inflação de seu cenário básico, estão suficientemente próximas da meta de inflação para o horizonte relevante de política monetária”.
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