Alta na ocupação de UTIs alertava para descontrole, diz Fiocruz
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Segundo a fundação, era possível detectar há meses que havia necessidade premente de planejamento nacional a fim de evitar a explosão de casos e o colapso no sistema assistencial público Boletim divulgado hoje pelo Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra que, desde o fim do ano passado, a alta ininterrupta da ocupação de leitos de UTI era um alerta de que pandemia estava em descontrole no país. Segundo o corpo técnico, era possível detectar há meses que havia necessidade premente de planejamento nacional a fim de evitar a explosão de casos e o colapso no sistema assistencial público.
A análise, que complementa boletim divulgado no último dia 2, retrata ainda deterioração generalizada da gestão hospitalar, ao comparar taxas de períodos em que curva atingiu níveis preocupantes ano passado, em face do cenário nos primeiros meses de 2021. Na publicação de terça-feira, a entidade de pesquisa alertou que, pela primeira vez desde o início da pandemia, verifica-se em todo o país o agravamento simultâneo de diversos indicadores, como o crescimento do número de casos e de mortes, a manutenção de níveis altos de incidência de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG), a alta positividade de testes e a sobrecarga dos hospitais.
Com base nisso, os pesquisadores defendem medidas mais rigorosas de restrição da circulação e das atividades não essenciais, segundo necessidade epidemiológica de cada região.
Para uma ideia de como a situação piorou, a partir de dados coletados com secretarias estaduais de Saúde, observa-se na nota publicada hoje que, em 17 de julho de 2020, havia apenas três Estados com taxa de ocupação das UTIs crítica, ou seja, iguais ou superiores a 80%. Eram eles Mato Grosso, Goiás e Bahia. Em 27 de julho, Mato Grosso, Goiás e Santa Catarina estavam nessa classificação.
Já mais recentemente, com base em dados compilados em 1º de março, somente Amapá, Paraíba, Alagoas, Minas Gerais, Rio, Espírito Santo em São Paulo estão em zona de alerta intermediária (amarelo), quando as taxas são iguais ou superiores a 60%. E somente Sergipe está fora da zona de alerta, com taxa abaixo de 60%. Todos as outras unidades da federação estão em nível crítico – representado pela coloração vermelha.
“Sabemos que leitos de UTI são um recurso complexo que não pode ser expandido ilimitadamente, pois requerem equipes treinadas e equipamento adicionais muitos caros. A manutenção sem uso de fato não faz sentido, mas tem que ter plano de contingência diante do desastre que estamos vivendo. É preciso gestão e previsão para retrair e expandir rapidamente quando necessário”, ressalta e engenheira e doutora em Políticas e Administração em Saúde Margareth Portela, membro do Observatório Covid-19 Fiocruz.
Ela ressalva ainda que leitos não podem ser o único instrumento de controle de uma pandemia. Para a especialista, a escalada na ocupação de UTI é um retrato contundente da falta de políticas para evitar o colapso hospitalar e, sobretudo, a perda de vidas. “Estamos cansados no país de um esforço que, na verdade, foi empregado de forma errada, ou que em alguns casos sequer foi feito”, diz. Margareth pondera que alguns Estados foram mais bem-sucedidos, mas que em âmbito nacional, o país foi mal e continua fracassando na resposta à pandemia. “Passado um ano desde que tudo começou e diante de tudo o que acontece, o Brasil deveria estar mais bem preparado, e com indicadores bem diferentes dos de hoje”, diz.
AP Photo/Eraldo Peres
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