Bancos cobram vacinação em massa, controle da pandemia e respeito ao equilíbrio fiscal
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Isaac Sidney, presidente da Febraban, fez um discurso com tom mais duro que o habitual
Claudio Belli/Valor/Arquivo
Em discurso com tom mais duro que o habitual, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, afirmou na manhã desta terça-feira que vacina e economia são indissociáveis e que não haverá recuperação da atividade se não for quebrada a “coluna vertebral da pandemia”. Mudar o jogo também depende de retomar o respeito ao equilíbrio fiscal, acrescentou ele, que já vê riscos de um segundo trimestre comprometido.
“O ano de 2021 será duríssimo se não acelerarmos o processo de vacinação, se não nos dispusermos, Estado e sociedade, a conter o processo de contaminação. E nós temos condições de fazer isso. Basta que não nos deixemos ficar indiferentes e muito menos inertes”, afirmou Sidney no discurso de abertura do 12º Prêmio Infi-Febraban de Economia Bancária.
De acordo com ele, o ambiente externo é muito favorável, com farta disponibilidade de capital, e, portanto, os desafios do Brasil são domésticos. “Precisamos de previsibilidade. Mais que isso, precisamos de estabilidade política, jurídica, fiscal, econômica e sanitária para não mais comprometermos as expectativas dos agentes econômicos, para não mais inibirmos investimentos privados”, destacou.
É preciso, segundo o presidente da Febraban, “vencer ou, pelo menos, mitigar” as incertezas sobre o compromisso do país com o equilíbrio fiscal para não piorar a percepção dos agentes econômicos e não pressionar mais o câmbio e a inflação.
Sidney ressaltou que o cenário no fim do ano passado era relativamente benigno, mas se deteriorou muito nas últimas semanas por causa do recrudescimento da pandemia, da demora na vacinação e das incertezas no front fiscal — amenizada em parte pela aprovação da PEC Emergencial no Senado. “Mas, a depender da evolução da pandemia e do ritmo da vacinação, podemos comprometer também o segundo trimestre com um novo recuo da atividade econômica”, disse.
O presidente da Febraban defendeu também um pacto entre governo, Congresso, setores da economia e sociedade pelas reformas, especialmente a administrativa e a tributária. Para ele, o teto de gastos é “inegociável”, pois do contrário haverá desorganização fiscal, caminho que qualificou como “sem volta e desastroso”.
“Para voltar a crescer, o Brasil só tem um caminho: controle firme da pandemia, vacinação rápida e em massa, forte disciplina fiscal e uma agressiva agenda de reformas”, afirmou.
Sidney não fez nenhuma menção ao presidente Jair Bolsonaro ou a outros políticos, mas ressaltou que é hora de sacrifício e responsabilidade. “Não há mais tempo a perder. O que depender das forças públicas do governo, do Parlamento e de iniciativas dos setores da economia tem de ser feito imediatamente”, disse. “As forças políticas e empresariais do país precisam ter a grandeza de deixar as divergências de lado para buscarmos um consenso por uma agenda estrutural de reformas.”
Tem sido constante nas falas de Sidney a avaliação de que os bancos tiveram papel fundamental para evitar uma retração da economia no ano passado, e desta vez não foi diferente. O presidente da Febraban ressaltou que o crédito avançou 16% em 2020 e disse que o setor financeiro continuará fazendo sua parte.
Na semana passada, o governo aumentou a alíquota da CSLL das instituições para compensar isenções tributárias sobre o diesel e o gás de cozinha, num aceno aos caminhoneiros. Na ocasião, Sidney disse num evento do setor que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tinha pedido uma “cota de sacrifício” aos bancos para o enfrentamento da nova etapa da crise.
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