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China luta para ganhar confiança do mundo em suas vacinas

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China luta para ganhar confiança do mundo em suas vacinas

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Entre as dificuldades, há pouca informação de como as versões chinesas se saíram na fase final dos ensaios clínicos As vacinas da China supostamente trariam uma clara vitória diplomática para Pequim ao reforçar os laços com dezenas de países pobres, dada a previsão de falta das vacinas produzidas no Ocidente. Mas pesquisas em países em desenvolvimento, da Indonésia ao Brasil, mostram a dificuldade da China em convencer essas populações sobre a eficácia e segurança de suas vacinas.
Entre as dificuldades, há pouca informação de como as versões chinesas se saíram na fase final dos ensaios clínicos. Até agora, apenas os Emirados Árabes Unidos e a própria China aprovaram o uso emergencial das vacinas. Por sua vez, algumas empresas europeias e americanas divulgaram dados sobre a eficácia e a segurança de suas vacinas e começaram a aplicá-las.
Essa incerteza representa outro empecilho nos esforços da China para ampliar sua influência política pela Ásia, África e América do Sul. Por meio de sua Iniciativa do Cinturão e da Rota (BRI, na sigla em inglês), também conhecida como Nova Rota da Seda, já com sete anos, Pequim gastou bilhões em empréstimos e projetos, cultivando as elites locais para que apoiem sua influência política e econômica — esforços que, muitas vezes, saíram pela culatra, em razão da má gestão ou má execução. A desconfiança foi agravada porque, no início da pandemia, a China exportou testes de detecção da doença e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) de baixa qualidade.
“A China tem a grande a oportunidade de valer-se de uma ‘diplomacia das vacinas’ e de distribuir um produto que salva vidas”, disse Jorge Guajardo, diretor sênior da McLarty Associates, que foi embaixador do México na China por seis anos. “Em minha experiência, todas as vezes que eles se empenharam em diplomacia, estragaram tudo. Eles conseguiram irritar os países na ponta receptora de seu auxílio.”
Visitas a laboratórios
A China fez um esforço mundial para tranquilizar governos e populações sobre a eficácia e segurança de suas vacinas. Em outubro, um grupo de embaixadores e diplomatas representando 50 países africanos visitaram uma fábrica do laboratório farmacêutico Sinopharm em meio a uma blitz publicitária alardeando a promessa da China de entregar vacinas à África.
Em resposta a perguntas enviadas pela Bloomberg, o Ministério das Relações Exteriores da China disse que as fabricantes chinesas estão em rigorosa conformidade com a lei e que as duas primeiras fases dos ensaios clínicos mostraram que as vacinas são seguras e eficazes. O governo chinês administrou mais de 1 milhão de doses de vacinas desde julho, destacou o ministério, e não foi detectada “nenhuma reação adversa grave.”
Logística de distribuição
Por outro lado, a matemática está do lado da China. O desafio de produzir, distribuir e aplicar bilhões de doses faz com que muitos países em desenvolvimento possam não ter muita opção a não ser usar as vacinas chinesas em pelo menos parte de sua população. Muitos não têm instalações apropriadas para armazenar o produto da Pfizer, que precisa ser guardado a 70°C negativos.
A China também fechou um acordo para fornecer suas vacinas à Covax, a iniciativa apoiada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para suprir vacinas contra covid-19 aos países em desenvolvimento. A AstraZeneca, a outra principal parceira da Covax, recebeu a aprovação para uso emergencial de seu produto pelo órgão britânico de medicamentos apenas nesta quarta-feira (30).
Ensaios clínicos
Por ironia, de início, os fabricantes chineses de vacinas estavam na dianteira das pesquisas, mas a rápida contenção do contágio os deixou às voltas para encontrar lugares onde realizar a crucial terceira fase dos ensaios clínicos, enquanto os rivais americanos os ultrapassavam. As empresas chinesas agora estão na terceira fase dos ensaios em pelo menos 16 países, com a estatal China National Biotec Group Co (CNBG) realizando-os em nações como a Argentina e o Marrocos; a Sinovac Biotech, no Brasil, Turquia e Filipinas, entre outros; e a CanSino Biologics, no Paquistão, México e Arábia Saudita.
No Brasil, o Instituto Butantã, que ajuda a realizar ensaios clínicos da vacina da Sinovac, informou em 23 de dezembro que o produto tinha eficácia superior a 50%, cumprindo o padrão mínimo determinado pelos reguladores dos EUA para a autorização emergencial das vacinas contra a covid-19. O instituto não deu mais detalhes, dizendo que a Sinovac pretende reunir os dados com os de outros países antes de divulgá-los. O ensaio clínico no Brasil é o maior da Sinovac até agora, com mais de 13 mil participantes. Um ensaio na Turquia indicou eficácia superior a 91%, embora seja considerado inconclusivo, já que foi calculado a partir de apenas 29 casos de infecção, em comparação aos 170 no Brasil. A vacina da Pfizer e a da Moderna Inc. tiveram resultados bem superiores aos 90%.
Escolha número 1
“Num país onde a vacina chinesa é a única disponível, ou você a aceita ou não”, disse Yanzhong Huang, pesquisador sênior de saúde global do Council on Foreign Relations, de Nova York. “Mas quando você tem opções entre diferentes vacinas, as pessoas são racionais. Elas certamente escolherão as vacinas produzidas no Ocidente, porque elas são a escolha número 1, os dados já estão disponíveis e elas são seguras. Na China, até agora, eles não tiveram nenhum dado sistemático disponível.”
A CNBG e a CanSino não responderam os pedidos da Bloomberg para comentar o assunto. Um porta-voz da Sinovac citou as recentes entrevistas coletivas em Pequim, nas quais autoridades de saúde disseram que a terceira fase dos ensaios demonstrou a segurança das vacinas de vírus inativados, aprovadas para uso emergencial, ao detectar efeitos colaterais apenas leves, e que há um mecanismo para acompanhar as pessoas inoculadas. Separadamente, um porta-voz da Sinovac disse que a empresa apenas poderá divulgar os dados sobre a eficácia depois que sejam analisados pelas autoridades reguladoras chinesas.
A China também pode estar superestimando sua capacidade para vacinar sua população de 1,4 bilhão de pessoas e simultaneamente atender a demanda de mais centenas de milhões em nações em desenvolvimento populosas, segundo Huang, do Council on Foreign Relations, que fez depoimento perante comissões parlamentares dos EUA. A CNBG informa ser capaz de produzir 1 bilhão de doses de suas vacinas inativadas, enquanto a Sinovac pode produzir 600 milhões de doses em suas instalações já existentes e em uma prestes a ser concluída. A CanSino divulgou que pode produzir de 200 milhões a 300 milhões de doses de sua vacina de vetor viral.
Se as vacinas chinesas não estiverem disponíveis, os países em desenvolvimento se voltarão a outros fornecedores “e a China perderá poder de influência”, disse Huang. “Não estamos apenas falando em perdas econômicas, os ganhos diplomáticos e estratégicos também serão afetados.”
Ceticismo
Para as mais de 6 bilhões de pessoas que vivem em países em desenvolvimento, o acesso rápido a vacinas pode ajudar a reverter o impacto econômico devastador da pandemia, em particular, sobre os mais pobres e os que estão na economia informal.
Mas muitos continuam céticos. Uma pesquisa no Quênia mostrou que existe o receio de nem todas as vacinas serem iguais. Segundo o trabalho do instituto de pesquisas TIFA Research, especializado na África, os consultados se disseram menos propensos a tomar vacinas feitas na China e na Rússia, preferindo as produzidas no Reino Unido ou EUA.
Mesmo em Hong Kong, onde a China ampliou seu poder neste ano, a líder Carrie Lam mudou de rumo em 23 de dezembro e disse que os moradores poderiam escolher entre tomar as vacinas da Pfizer, da Sinovac ou da AstraZeneca.
“É preciso transparência para ter maior aceitação geral do público às vacinas contra a covid-19”, disse Nicholas Thomas, professor-associado em segurança na saúde da City University, de Hong Kong. “Na ausência desses dados, é muito fácil termos dois níveis de percepção sobre as vacinas surgindo.”

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