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Em áudio, Túlio Gadêlha teria dito que Marília Arraes recomendou que ele fizesse "rachadinha"

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Em áudio, Túlio Gadêlha teria dito que Marília Arraes recomendou que ele fizesse "rachadinha"

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Em áudio divulgado pela revista “Veja”, deputado do PDT afirma que recebeu sugestão petista para fazer caixa com salário de assessores
Reprodução/Facebook/@TulioGadelhaOficial
O deputado federal Túlio Gadêllha (PDT) se tornou peça central na disputa pela Prefeitura do Recife entre os primos Marília Arraes (PT) e João Campos (PSB) nos últimos dias de campanha. Em áudio divulgado na última segunda-feira pela revista “Veja”, Gadêlha afirma que recebeu sugestão da petista para fazer caixa com salário de assessores, esquema popularmente conhecido como “rachadinha”.

Não é possível identificar, pelo áudio, com quem Gadêlha está conversando, pois se trata de uma gravação de som ambiente. O conteúdo discorre sobre uma suposta conversa entre o deputado e Marília, ainda na fase de pré-campanha. Na gravação, Gadêlha conta que Marília o questionou se ele estava fazendo “fundo de caixa” para a campanha e disse que ele teria que “juntar R$ 30 mil, com assessoria”.

Túlio conta que respondeu, na ocasião: “não faço isso” e a petista teria retrucado “Túlio, todo mundo faz isso, todo mundo faz.”
Em nota, o deputado não negou que a voz seja sua, mas afirmou que o material está “descontextualizado” e que solicitou perícia para comprovar manipulação da gravação. Ele afirmou ainda que o conteúdo se trata de “mais uma fake news disseminada do PSB”.

Marília disse que não iria comentar o assunto. Na época em que era vereadora pelo PSB, a petista foi alvo de investigação da Polícia Civil sobre esquema de funcionários fantasmas. O inquérito foi conduzido na época pela delegada Patrícia Domingos, que disputou o primeiro turno das eleições no Recife pelo Podemos, obtendo 14% dos votos válidos. Marília foi indiciada por peculato, mas o Ministério Público de Pernambuco arquivou o processo.

Túlio Gadêlha tentou disputar essas eleições no Recife, mas teve sua candidatura vetada pelo presidente do seu partido, Carlos Lupi, que preferiu se aliar ao candidato João Campos, indicando a vice Isabela de Roldão (PDT) para a chapa. O deputado insistiu na candidatura e acabou sendo afastado do comando do diretório do PDT no Recife.

Na semana em que a cúpula do PDT foi ao Recife para reforçar apoio a Campos, com presença de Lupi e do ex-ministro Ciro Gomes, Gadêlha declarou apoio a candidata do PT, novamente batendo de frente com a cúpula da sigla. Após ato público de apoio a Campos no Recife, Lupi sugeriu, sem se referir diretamente a Gadêlha, que o deputado deveria sair do partido. “Quem for do PDT e não estiver com esta chapa não tem mais o que fazer no partido”, disse Lupi.

Um dia antes da divulgação do áudio, Gadêlha vinha em franca campanha para Marília. Em seu Twitter, o deputado declarou que seu chefe de gabinete, Rafael Bezerra, foi procurado pela coordenação da campanha do PSB. Na ocasião, o PSB teria tentado “negociar o silêncio” do deputado no segundo turno, afirmou o deputado. Logo em seguida, Bezerra desmentiu a declaração de Gadêlha e pediu demissão. “Na vida política, é comum as pessoas voltaram atrás no que dizem sob pressão”, afirmou o deputado, pelas redes sociais, sobre o episódio.

Com Marília à frente de Campos nas pesquisas, várias lideranças pularam para o palanque da petista, contrariando o direcionamento dos seus partidos. É o caso do ex-ministro Armando Monteiro (PTB), que foi destituído ontem do comando da sigla em Pernambuco, pelo presidente do PTB, Roberto Jefferson, após se aliar a candidata do PT.

No PCdoB, o ex-prefeito do Recife João Paulo (PCdoB), também está apoiando a petista, embora seu partido faça parte da coligação de Campos. Ele teve o apoio do PSB para disputar a prefeitura de Olinda esse ano, mas foi derrotado.

Ipespe
Pesquisa do Ipespe divulgada hoje mostra Marília com 54% dos votos válidos, contra 46% de Campos. A margem de erro do levantamento é de 3,5 pontos percentuais, com nível de confiança de 95,45%. As entrevistas foram realizadas nos dias 22 e 23. O nível de confiança é de 95,45%.

O levantamento, encomendado pelo jornal “Folha de Pernambuco”, está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o código PE-04522/2020.

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